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Empresas & Mercados

Sonangol, BPC e Unitel "safam" Sector Empresarial Público dos prejuízos

TRANSPORTES E ELECTRICIDADE SÃO CAMPEÕES DOS RESULTADOS NEGATIVOS

Apenas 25 empresas registaram lucros em 2024, menos 6 do que em 2023 e 39 (mais 3 do que no ano anterior) obtiverem prejuízos, segundo o IGAPE. O número de empresas que viram as suas contas chumbadas diminuiu, mas o número de reservas dos auditores aumentou. Ao todo, menos uma empresa apresentou contas face a 2023.

As 69 empresas do Sector Empresarial Público (SEP) que apresentaram contas de 2024 ao Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE) registaram um lucro agregado de 788,4 mil milhões Kz (-13% face a 2023), equivalente a 865,0 milhões USD. Sem contabilizar os lucros de 736,0 mil milhões Kz da Sonangol, de 107,4 mil milhões do BPC e de 99,4 mil milhões da Unitel, o resultado líquido do agregado do SEP seria de 154,4 mil milhões Kz, de acordo com cálculos do Expansão com base no relatório do agregado divulgado esta terça-feira.

Só a Sonangol vale 93% dos lucros do agregado, um sinal do peso da petrolífera nacional no Sector Empresarial Público. Entre as 81 empresas que estavam obrigadas a apresentar contas ao IGAPE no ano passado, apenas 69 cumpriram essa obrigação e, contas feitas, a diminuição dos lucros do agregado devem-se, segundo o IGAPE, à queda dos resultados líquidos da Sonangol, em cerca de 20,9% (-194 mil milhões Kz), não obstante a melhoria verificada nos resultados de algumas empresas, como a Unitel, a Secil Marítima, TCUL e a ENSA.

Olhando para o universo de empresas entre 2022 e 2024, nota-se a extinção de sete empresas, no âmbito da implementação do Roteiro para a Reforma do SEP, reduzindo o número de 94 empresas para 87. Deste universo, de acordo com dados publicados pelo IGAPE, 57 são empresas públicas, 23 empresas com domínio público e sete de participação minoritária do Estado.

Como as empresas com participação minoritária do Estado não entram nas contas do agregado, e seis se encontravam paralisadas no ano passado, estavam obrigadas a apresentar contas ao IGAPE um total de 81 empresas, pelo que 12 empresas não apresentaram as respectivas contas à instituição que gere os activos e participações do Estado.

Quanto ao resultado líquido por sector de actividade, observa-se claramente que a indústria extrativa, fundamentalmente petróleo e diamantes, estiveram na linha da frente, com um resultado na ordem dos 807,2 mil milhões Kz, seguida da actividade financeira e de seguros, com 87,5 mil milhões Kz. Em sentido contrário, transportes e armazenagem, com -83,3 mil milhões Kz, electricidade com -78,7 mil milhões Kz, e agricultura, floresta e pesca, com -41,3 mil milhões Kz são os campeões dos resultados negativos respectivamente. Por outro lado, o activo destas empresas cresceu 9% para 38,6 biliões Kz, enquanto o passivo cresceu quase 8% para 25,0 biliões Kz, o que faz com que o capital próprio tenha aumentado quase 12% para 14,5 biliões Kz.

Do universo das 69 instituições que prestaram contas ao IGAPE, 40 foram aprovadas com reservas (+2 do que em 2023), três foram chumbadas pelos auditores (menos 4 do que em 2023), nomeadamente as contas da Peskwanza, Grupo Zahara e a Epasmoxico e apenas 26 empresas (+1 do que em 2023) tiveram as contas aprovadas sem reservas. Contas feitas, em 2024 os auditores aplicaram 141 reservas às contas das empresas do SEP, mais 12 do que em 2023.

Número de trabalhadores sobe

Apesar de o número de empresas ter diminuído no ano passado, com a dissolução de sete companhias, em contrapartida o número de trabalhadores no universo das empresas do SEP aumentou em 431 funcionários para um total de para 55.363 trabalhadores. Cerca de 22% da força de trabalho está concentrada no sector dos transportes e armazenagem.

Uma boa parte das empresas do SEP continua a precisar de dotações do Orçamento Geral do Estado para sobreviver, naquilo que a ministra das Finanças, Veras Daves de Sousa, catalogou como "um problema crónico" do País. No ano passado foram capitalizadas 10 empresas no montante de 147,3 mil milhões Kz, o que representa uma queda de 13% face aos montantes de capitalização em 2023. Só o Entreposto Aduaneiro de Angola ficou com 114 mil milhões Kz (77%) desse valor e o BDA com 8,6 mil milhões (6% do total).

Leia o artigo integral na edição 844 do Expansão, de Sexta-feira, dia 19 de Setembro de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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