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Angola

Custo de vida acelerou 25,3% em 1 ano e está 6,6 pp acima da meta do Governo

Índice de preços no consumidor nacional em Junho

O custo de vida em Angola aumentou 25,3% nos últimos 12 meses e distancia-se cada vez mais da meta do Governo inscrita no Orçamento Geral do Estado OGE 2021 que aponta a 18,7%, e acima da meta de 19,5% recentemente definida pelo Banco Nacional de Angola (BNA), indicam os dados de Junho do Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) divulgado, esta semana, pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

Segundo especialistas, a produção nacional não está a compensar a diminuição da oferta de bens alimentares provocada pelas restrições nas importações e pelos efeitos da desvalorização da moeda nacional desde 2018.

Por isso, a classe "Alimentação e Bebidas não Alcoólicas", com uma subida em Junho de 2,57%, foi a que registou o maior aumento de preços. Destacando-se também os aumentos dos preços verificados nas classes: "Saúde" com 2,13%, "Bebidas Alcoólicas e Tabaco" com 1,86% e "Hotéis, Cafés e Restaurantes" com 1,81%.

Contas feitas, é o quarto mês consecutivo de subida da taxa de inflação homóloga em Angola, medida pelo índice de preços no consumidor nacional num determinado mês do ano face ao mesmo mês do ano anterior. A nível nacional os preços subiram 2,05% entre Maio e Junho.

O aumento do custo de vida levou já o Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola (BNA), responsável pela estabilidade dos preços em Angola, a rever para 19,5%, a taxa de inflação anual. A medida foi justifica com a necessidade que o País tem dos bens alimentares, provocada pelas restrições nas importações e pela crise da pandemia da covid-19. Nesse sentido, uma vez que o banco central tem agora como missão "urgente" travar a inflação, este mês aumentou de 15,5% para 20,0% a Taxa BNA, que influencia as outras taxas. Este 11.º aperto da política monetária desde 2014 foi feito a pedido do Fundo Monetário Internacional e apesar de potencialmente contribuir para a queda dos preços terá como efeito negativo uma quebra do Produto Interno Bruto (PIB).

"A trajectória ascendente da taxa de inflação, bem como a tendência de continuarmos a assistir ao aumento dos preços em Angola, propicia a baixa do consumo das famílias e do aumento das taxas de juros permitindo a quebra na concessão de crédito ao sector real da economia", explica o economista José Lopes. O responsável diz que a meta do Governo de 18,7% de inflação anual não será atingida.

(Leia o artigo integral na edição 633 do Expansão, de sexta-feira, dia 16 de Julho de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)