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Angola

Desemprego cai para 29,6% no último trimestre de 2022

São 4,9 milhões de pessoas desempregadas

A população desempregada com 15 ou mais anos, foi estimada em 4.921.440 pessoas, sendo 2.428.435 homens e 2.493.005 mulheres. É necessário recuar até ao segundo trimestre de 2019 para encontrar uma taxa inferior aos 30%, altura em que o indicador começou a ser calculado trimestralmente. Entretanto, a informalidade continua a marcar fortemente a economia do País, no IV trimestre do ano passado o emprego informal cresceu 7% em termos homólogos e representa 80,5% do emprego total de emprego a nível nacional. A maior parte da população empregada trabalha no sector agricultura.

Angola registou uma taxa de desemprego de 29,6% no IV trimestre de 2022, uma redução de 1,2% face ao III trimestre e 10% em termos homólogos. Ainda assim, no perdido em analise, mais 7 mil pessoas formam desempregas no último trimestre, sendo maioritariamente jovens entre os 15 e os 24 anos.

Os números constam do Inquérito ao Emprego (IEA) divulgado hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que indica que havia um total 4,9 milhões de pessoas desempregas no IV trimestre do ano passado.

Em termos trimestrais, a população desempregada com 15 ou mais anos, aumentou 0,2% entre Outubro e Dezembro de 2022, quando comparado com face aos três meses anteriores (Julho, Agosto e Setembro).

O inquérito indica ainda que a taxa de desemprego na área urbana (38,5%) é cerca de três vezes superior à da área rural (13,5%), com uma diferença de 25 pontos percentuais e os jovens entre os 15 e 24 anos são o grupo etário mais afectados, com uma taxa de desemprego de 52,9%, ainda assim inferior aos 59,8% registados no último trimestre de 2021.

Os números apresentados pelo INE estão muito próximo das previsões apresentadas no final do ano passado, pelo gabinete de estudos económicos do Banco Fomento Angola (BFA), quando considera que a taxa de desemprego em Angola deveria ficar novamente abaixo dos 30% no último trimestre de 2022, a mais baixa desde 2019.

"A nossa previsão é de que a situação no mercado de trabalho continue a melhorar, com a taxa de desemprego a fixar-se entre os 28 e os 29%, abaixo do mínimo de 29% registado no início da série estatística, no segundo trimestre de 2019", apontaram os analistas.

Entretanto, os analistas alertaram que a economia do País continua a estar fortemente marcada pela informalidade.

Segundo os dados do inquérito do INE, no IV trimestre, a população empregada cresce 1,9% para 11.682.309 pessoas, destes, a maioria esmagadora ( cerca 9.402.347) tem um emprego informal, perfazendo uma taxa de informalidade de 80,5%, um aumentos de 1,3 pontos percentuais face ao trimestre anterior.

A população em idade activa (pessoas com 15 ou mais anos de idade) que estão economicamente activos para trabalhar, cresceu 1,4% para 16.603.750 pessoas, na passagem do III para o IV trimestre do ano passado, sendo 7.985.176 homens e 8.618.574 mulheres. A população inativa, com 15 ou mais anos, foi estimada em 1.895.829 pessoas, sendo a taxa de inatividade de 10,2%.

No País, cerca de 50% da população empregada trabalha na agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, seguindo-se o comércio por grosso e a retalho com 21,7%. A taxa de emprego dos jovens com 15-24 anos, foi de 39,6%, havendo uma diferença entre homens e mulheres (40,6% e 38,7% respectivamente). Entretanto, os dados indicam que os grupos etários 35-44 e 45-54 anos de idade concentram o maior grupo de pessoas empregadas.

O IEA é um inquérito por amostragem, dirigido aos agregados familiares residentes em Angola, sendo excluídos os agregados familiares residentes em habitações colectivas, tais como hotéis, hospitais, quartéis militares, residências de estudantes, sem-abrigo, etc. A amostra deste inquérito é probabilística e permite disponibilizar dados a nível nacional, por província e por área de residência (urbana e rural). Por trimestre são seleccionados um total de 10.944 agregados familiares, sendo 6.036 na área urbana e 4.908 na área rural.