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Angola

Estudar mercado e capacidade financeira são essenciais para investir em Angola

Consultora

As empresas que queiram internacionalizar a sua operação para Angola têm de estudar muito bem o mercado e ter capacidade financeira para dar resposta a atrasos vários, disse hoje o partner da Boston Consulting Group (BCG) responsável pelo país.

Em entrevista à Lusa, o responsável da BCG pelo escritório de Luanda, Alexandre Gorito, explicou que "Angola é um país mais complexo do que parece e um dos grandes erros é pensar que visitar Luanda três ou quatro vezes e ler os jornais é suficiente, porque depois as empresas enfrentam custos de contexto inesperados".

O responsável referiu que as empresas "têm de saber o que é o mercado, quem são os 'stakeholders' [os interessados em sentido geral], quais são os interesses em jogo, quem são os influenciadores das decisões, quais os tipos de parcerias que são necessários, quem ganha e perde com elas, tudo isto tem de ser feito antes da decisão, para se perceber se é viável ou não ir para Angola, é um trabalho de casa essencial".

Para o responsável pelo escritório da reputada consultora norte-americana em Luanda, que abriu no ano passado, depois de tomar a decisão, "é importante que as empresas vejam se estão em condições financeiras de o fazer, porque Angola é um país caro, criar um negócio é custoso porque manter uma equipa a funcionar em Luanda é uma operação cara, os pagamentos são feitos com alguns meses de distância, é preciso 'cash-flow' e capacidade financeira para dar resposta a estes atrasos".

"Para não 'morrer na praia', é fundamental fazer bem os planos de negócio, ponderar os riscos e ser conservador na análise e no calendário financeiro", disse.

Na conversa com a Lusa a propósito do lançamento do relatório da BCG 'Winning in Africa', Alexandre Gorito salientou ainda a necessidade de as empresas perceberem que Angola não é um sítio fácil para se fazer negócio, apesar de ser bastante promissor.

"Tem de se ver bem a parte organizativa e de acesso a talento local, há restrições no mercado de trabalho, é preciso uma boa estratégia e ter ou contratar competências para navegar nestas águas é absolutamente crítico" porque "os mercados são mais competitivos do que parece à primeira vista, há muitas empresas a entrar no mercado, e portanto os custos da operação são muito caros".

Entre as maiores dificuldades práticas que as empresas atravessam, Alexandre Gorito salientou as infraestruturas, "com portos e um sistema de alfândegas que não tem capacidade para processar a importação, as carências grandes ao nível da distribuição de água e eletricidade, a burocracia e o licenciamento, para além das próprias insuficiências de contexto, que fazem com que tudo demore mais tempo".

Tudo isto, concluiu, "tem de ser tido em conta" antes da decisão das empresas se internacionalizarem.

Lusa / Novo Jornal

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