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Angola

Hilton entra em Angola mas ainda falta vencer a burocracia

GRUPO VELEIRO FECHA ACORDO COM MULTINACIONAL

Elevada burocracia e longos processos de licenciamento costumam afastar investidores. Prazo previsto de construção é de quatro anos.

O Grupo Veleiro, liderado pelo gestor angolano Pedro Godinho (antigo quadro da Sonangol e um dos principais investidores nacionais no sector petrolífero), firmou esta semana, em Luanda, um acordo com a Hilton. A parceria com a multinacional de origem americana e uma das maiores marcas de hotéis do mundo, inclui a construção de um hotel de 5 estrelas na capital do País e a gestão de um condomínio privado em Cabinda. O investimento está avaliado em 150 milhões USD mas só nos próximos meses será concluído o processo de licenciamento.

O hotel de 5 estrelas e 306 quartos vai ser construído no espaço onde funciona o conhecido Jango Veleiro, na Ilha de Luanda, também propriedade do Grupo Veleiro. Em Cabinda, a Hilton vai explorar um condomínio, o Futila See Breeze, também associado a Pedro Godinho e que conta com 11 edifícios e 280 apartamentos ocupados maioritariamente por trabalhadores da indústria petrolífera. ~

"Agora esperamos que o processo burocrático seja célere", sublinha Pedro Godinho em conversa com o Expansão. O empresário e gestor recorda que no início da década de 2010 assinou um acordo similar com a marca Radisson Blu, outra gigante internacional, que foi inviabilizado pela crise económica mas, sobretudo, pelo longo processo de licenciamento que demorou cerca de 7 anos.

"Espero que desta vez tudo seja diferente. Tem-se falado muito de investimento privado, de atrair para Angola os grandes operadores, espero que agora as instituições nacionais sejam céleres para que o processo possa realmente avançar", disse Pedro Godinho, que também é presidente da Câmara de Comércio Americana em Angola (AmCham Angola). A construção do hotel vai demorar 4 anos, sendo que o financiamento está garantido por bancos internacionais, segundo Pedro Godinho, que lamenta o facto de Angola não possuir unidades hoteleiras associadas às maiores cadeias internacionais.

"O projecto que tínhamos pensado antes terá agora de ser readaptado para cumprir os requisitos da Hilton. O nosso objectivo é construir um espaço de lazer, para que os homens e mulheres de negócios possam descontrair, de frente ao mar, depois de um dia de trabalho ou durante um fim-de-semana", explica Pedro Godinho.

O acordo assinado quinta-feira coloca fim a vários anos de espera da Hilton, que há algum tempo procurava por uma oportunidade para investir em Angola. Segundo o Grupo Veleiro, o negócio e a parceria agora anunciada começou a ganhar forma em 2021, em Washington D.C. (EUA), durante um fórum de negócios organizado pela AmCham-Angola. Fundado em 1919, o grupo Hilton conta actualmente com mais de 2.500 hotéis espalhados por todos os continentes. Em África, explora unidades hoteleiras na RDC, Zâmbia, Namíbia, Botswana e África do Sul, entre outros países.

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