A preparação para a transferência dos voos para o novo aeroporto de Luanda continuam a decorrer, sendo que no passado final semana se realizou um teste de embarque e desembarque que movimentou mais de 500 pessoas. Um boeing 737 da TAAG levantou do aeroporto 4 de Fevereiro com 90 pessoas que fizeram o desembarque em manga no novo aeroporto. Estes juntaram-se depois a mais de 400 pessoas que chegaram ao aeroporto Dr.º Agostinho Neto pelos seus meios, utilizando viaturas próprias e testando a funcionalidade dos parques de estacionamento, ou em camionetas requisitadas para o efeito.

Foi por isso possível testar a chegada ao aeroporto, o despacho e controlo das bagagens, foi colocada em algumas malas mercadoria ilícita para testar o sistema de controlo de bagagens, a feitura do chek-in, a passagem pela emigração ( já com os guichets do SME a funcionar), e a circulação nas zonas de embarque e nas mangas. Estes testes de embarque no novo aeroporto de Luanda foram feitos por três companhias aéreas, TAAG, Emirates e Air France.

"Foi fundamental fazer estes testes. Na generalidade os sistemas parecem operacionais, mas obviamente que existem falhas, que foram comunicadas, pois estamos todos empenhados em pôr o aeroporto a funcionar o mais rapidamente possível", disse-nos um dos participantes neste teste, que fez questão em salientar, "o mais importante é que encontrámos no novo aeroporto um grupo de gente jovem, dinâmica, trabalhadora e com vontade aprender. Não se inibiu de perguntar aos mais experientes que participaram neste teste quais os melhores processos e a forma como deviam ser implantados. Fiquei agradavelmente surpreendido com a equipa que está a operar no novo aeroporto".

Recordar que estes testes de embarque e desembarque serão feitos mensalmente até à transferência definitiva dos voos nacionais e internacionais para a nova infraestrutura. Que não será a 13 de Outubro como inicialmente tinha sido anunciado pelo Presidente, serviu também como pressão para que as coisas andassem mais rápido, mas deve acontecer na segunda semana de Novembro, sendo que o dia 10, domingo, véspera do 50º aniversário da Independência de Angola, parece merecer as preferências dos envolvidos.

Este tempo também é necessário para completar algumas das obras que ainda estão em processo de finalização, nomeadamente o edifício onde vão funcionar os serviços de apoio ao aeroporto, onde estarão a AGT, a ANAC, a ENNA, os ministérios, entre outros, que não sendo essencial para o funcionamento do aeroporto, é importante para garantir a operacionalização dos serviços. Também a esquadra da Polícia que estará fora do aeroporto, deverá ficar pronta até esta data. Os tanques e as tubagens do abastecimento de combustível continuam em obras de reparação, para resolver os problemas que é necessário corrigir, sabendo-se já que a operação de combustível será entregue à Sonangol.

Importante também acrescentar que já foi firmado um contrato de manutenção e operação assistida com uma entidade com grande experiência neste tipo de operações, para treinar todo o pessoal que vai trabalhar no aeroporto. Uma palavra também para a zona de catering, que precisa de algumas alterações para que se torne funcional, mas que na verdade não resulta de deficiências da entidade gestora, antes do operador que tem o contrato de fornecimento, que não acompanhou devidamente as obras, de acordo com o que o Expansão apurou.

Já relativamente aos acessos, continuam as obras nos acessos rodoviários do centro da cidade até ao novo aeroporto, sendo que está também a ser feito um esforço grande na limpeza e operacionalidade da linha férrea, pois existe a necessidade de aumentar a segurança e a velocidade da circulação ferroviária para a nova infraestrutura. E não é possível pensar num funcionamento normal do novo aeroporto sem uma ligação por comboio regular a partir do centro da cidade, de hora a hora no mínimo, e com um tempo de viagem nunca superior a 50 minutos.

Acrescentar que também não é dramático que se adie a data de abertura do novo aeroporto, aconteceu em muitos locais de mundo com infraestruturas novas, mas definitivamente todos os envolvidos têm que fazer um esforço para que entre em funcionamento com alguma brevidade.