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Standard Bank insiste na destituição de São Vicente e marca assembleia para 29 de Março

Banco quer ficar com os 49% que o empresário detinha através da AAA Activos

O Standard Bank Angola convocou para 29 de Março - através de anúncio publicado esta quinta-feira, no Jornal de Angola -, uma assembleia-geral extraordinária cuja ordem de trabalhos prevê a renovação da destituição, com justa causa, dos administradores não-executivos Carlos São Vicente, e seu filho, Ivo São Vicente, alegando "incapacidade por impedimento e por falta de idoneidade". É renovação, porque já em 28 de Dezembro de 2020 o banco tinha deliberado esta destituição.

É objectivo do Standard ficar com os 49% que São Vicente detinha na operação financeira em Angola, através da AAA Activos e que se encontra neste momento sob alçada do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), depois das acusações na justiça internacional contra São Vicente e do congelamento de uma conta com 900 milhões de dólares pelas autoridades suíças, país onde está a ser investigado por suspeita de branqueamento de capitais.

Em 2010, quando o banco chegou a Angola não era possível a investidores estrangeiros deterem a totalidade da participação accionista, quadro legal alterado entretanto para alguns sectores, nomeadamente para o financeiro.

De acordo com a Lusa, a operação do Standard Bank em Angola é uma das seis que mais contribui para os lucros operacionais do Standard Bank no continente africano, que se encontra em 20 países.

Carlos São Vicente está detido desde Setembro de 2020 em Luanda por suspeitas de corrupção, num esquema que envolvia a AAA Seguros e a Sonangol, única accionista da seguradora estatal.

Na sua qualidade de director de Gestão de Riscos da Sonangol e, em simultâneo, PCA da AAA Seguros, entre 2000 e 2016, Carlos São Vicente terá, de acordo com a justiça angolana, levado a cabo "um esquema de apropriação ilegal de participações sociais" da seguradora e de "rendimento e lucros produzidos pelo sistema" de seguros e resseguros no sector petrolífero.

De acordo com a ordem de trabalhos publicada esta quinta-feira, na assembleia geral de 29 de Março vai ser também deliberada a renovação da eleição dos administradores não executivos Patrício Vilar, também presidente do IGAPE, e de Silvano Araújo, vogal do Fundo de Garantia de Crédito.

Se não houver quórum necessário para a deliberação dos pontos previstos na ordem de trabalhos, haverá nova assembleia no dia 14 de Abril.

A prisão preventiva de Carlos São Vicente foi prolongada, segundo um despacho de 20 de Janeiro da PGR, por mais dois meses.