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Gestão

Recessão e crise, uma hipótese de inovação para Angola

Em análise

Nos últimos 20 anos a economia angolana tem passado por várias recessões devido à desvalorização do Kwanza, alterações políticas ou crise do preço do petróleo. Com a recessão económica mundial resultante da pandemia do vírus Covid-19 em 2020, o estado da economia angolana, que já se mostrava bastante debilitada, acabou por agravar.

Mas são estas dificuldades e desafios que fazem com que exista uma motivação adicional para a melhoria das condições actuais.

Habitualmente estas mudanças vão acontecendo no dia a dia e, muitas das vezes, acabamos por não nos aperceber do quanto evoluímos nos últimos anos. Por exemplo, em 2004, o acesso à Internet só existia para a população mais favorecida e a sua cobertura estava muito cingida às zonas mais urbanas. No entanto, o consumo da Internet começou a expandir-se com o aumento da utilização de serviços de TV Cabo e com o investimento e sofisticação das infra-estruturas que, actualmente, já estão disponíveis na maioria das províncias de Angola.

Esta melhoria foi importante para a mudança e investimento dos empresários angolanos e do próprio Governo, na alteração estratégica para a actualização e digitalização de processos, permitindo assim a melhoria e inovação na forma de trabalhar e aumentando a produtividade e transparência. Neste sentido, a crise pandémica será novamente mais um incentivo ao desafio do status quo, na forma como as pessoas comunicam, negociam e executam as suas tarefas do dia a dia. Por exemplo, parte da população já prefere executar as suas transacções e pagamentos de forma electrónica uma vez que
conseguem fazê-lo com mais segurança e de forma imediata.

Isso deve-se a uma população angolana extremamente jovem (cerca de 66% da população tem entre 0 e 25 anos segundo dados de 2019) que está mais confortável no acesso às aplicações digitais. Por outro lado, deve-se ao crescimento do número de empresários angolanos que estão a investir e encontrar oportunidades no mercado digital em Angola.

Com a necessidade da rápida digitalização de processos, uma maior agilidade e a diminuição da burocracia, são essenciais à transformação digital das empresas em Angola e em todo mundo.

As entidades bancárias responsáveis pelas transacções e pagamentos electrónicos têm, cada vez mais, a preocupação de garantir a segurança e agilidade deste tipo de operações e estão assim a investir na bancarização da população angolana e na sua conversão à tecnologia móvel e digital.

Neste momento verificamos um crescimento no leque de produtos digitais dos principais bancos angolanos que têm como objectivo serem menos burocráticos, mais simples e acabarem com os processos não estruturados e tradicionalmente em papel.

Estas organizações estão a focar-se em deixar de entregar projectos complexos para se dedicarem a produtos e funcionalidades que trazem efectivamente mais valor aos seus clientes. Existem bancos a abrirem balcões 100% digitais, que já permitem que o cliente de forma autónoma possa depositar o seu dinheiro na sua conta sem ter de esperar por ser atendido num balcão tradicional.

*IT Advisory da KPMG

(Leia o artigo integral na edição 618 do Expansão, de sexta-feira, dia 1 de Abril de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)