Conflito favorece preços do petróleo
O anúncio de uma sessão de esclarecimento sobre a política orçamental na China e o conflito geopolítico impulsionaram a recuperação dos preços de petróleo. Moeda norte-americana mais forte prejudica o Ouro.
O anúncio de uma sessão de esclarecimento a ser realizada no sábado pelas autoridades chinesas, cujo tema central será a política orçamental com foco na definição de medidas para estimular a economia, favoreceu a expectativas dos investidores. E resultou na recuperação de mais de 5% nos preços do petróleo, após a maior queda em mais de um ano registada na terça-feira. No entanto, os dados económicos da china continuam a apontar para redução da procura pela commodity.
Adicionalmente, as preocupações relativas às tensões geopolíticas no Médio Oriente, que podem afectar infraestruturas petrolíferas, impulsionaram os preços do crude. No acumulado da semana, o Brent de Londres, referência para a Europa e a Angola, ganhava 5,80%, atingindo 77,62 dólares por barril e o WTI dos EUA, valorizava 6, 22% para 73,96 dólares por barril.
O Ouro acumulava uma perda de 1,83% na semana, caindo para 2 615,73 USD por onça, com os mercados cada vez mais certos de que a Reserva Federal (Fed) norte-americana poderá optar por um corte de menor magnitude nas taxas de juros na próxima reunião marcada para os dias 6 e 7 de Novembro.
Por outro lado, a desvalorização do Ouro pode ser explicada, pela apreciação do dólar em relação a outras moedas. O índice Bloomberg que compara a evolução do dólar, face as outras moedas, valorizou 1,49%, em relação a semana passada. No acumulado da semana, o dólar apreciou 2,76% em relação ao euro.
No mercado bolsista, o índice de referência S&P 500 dos EUA não apresentou grandes movimentações em relação à semana anterior, com uma variação acumulada muito ligeira (0,001%). Já na Europa, o índice agregador do continente, o Euro Stoxx 600 recuava 0,28% em comparação a semana anterior, o FTSE 100 do Reino Unido e o DAX da Alemanha seguiam a mesma tendência de declínio.
O fim das medidas de estímulo à economia, anunciado na terça-feira pelo Governo chinês, prejudicou o mercado accionista. O "benchmark" da China Continental, o CSI 300, registou queda de 1,54% em relação à semana passada. A maior perda, 9,23% foi no índice Hang Seng de Hong Kong. As bolsas chinesas também sofreram pressão devido ao menor gasto dos turistas, reflectindo a queda no consumo no país.
O sentimento de que inflação está a recuar a uma velocidade superior à antecipada em Setembro pelo BCE, com a expectativa de que pode alcançar a meta definida pela autoridade monetária de 2% já na primeira metade de 2025, ajudou a conter as perdas.