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Economia

Petróleo produzido até Agosto vale 71% do previsto no OGE 2024

PRODUÇÃO DIÁRIA DE PETRÓLEO CRESCE 4% PARA 1,136 MILHÕES DE BARRIS EM 8 MESES

Com uma produção média de 1,136 milhões de barris/dia nos primeiros oito meses do ano, o País está a produzir 76 mil barris acima da média de 1,060 milhões de barris/dia que o Governo inscreveu no OGE. O oil & gas continua a ser o sector com maior peso no PIB apesar de ter vindo a cair nos últimos anos.

Angola produziu nos primeiros oito meses do ano quase 264,5 milhões de barris de petróleo, equivalente a uma média diária de 1,136 milhões de barris, o que representa um crescimento de 4% face aos 1,088 milhões produzidos diariamente em média entre Janeiro e Agosto do ano passado, de acordo com cálculos do Expansão com base nos relatórios mensais da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG).

O que Angola produziu nos primeiros oito meses do ano equivale a 71% dos 388,0 milhões de barris que o Executivo previu no relatório de fundamentação do Orçamento Geral do Estado de 2024, e está acima dos 1,10 milhões de barris/dia apontados no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023-2027 para este ano. Contas feitas, Angola produziu 12,9 milhões de barris a mais nos primeiros oito meses deste ano face ao período homólogo de 2023.

Com este aumento, a produção média de 1,136 milhões de barris/dia nos primeiros oito meses do ano, o País está assim 76 mil barris acima dos 1,060 milhões de barris/dia de média que o Governo inscreveu no OGE de 2024.

O aumento da produção também que se tem verificado durante este ano teve forte influência no crescimento do PIB do primeiro semestre, período em que a economia angolana registou o maior crescimento num I semestre em 9 anos. O petróleo que representou 31,8% do PIB no primeiro semestre, disparou 4,7% face ao período homólogo, depois de em 2023 ter caído 5,4% face ao I semestre de 2022, sobretudo devido a paragens programadas e não programadas nos blocos petrolíferos. Isto porque 2022 foi um ano de alta de preços do barril de crude, tendo as petrolíferas, pressionadas pelo Executivo, literalmente "aberto as torneiras", o que acabou por se "pagar mais tarde", com a necessidade de reparações em alguns dos principais blocos do País.

No entanto, o sector do oil & gas continua a ser o sector com maior peso no Produto Interno Bruto (PIB), apesar de ter vindo a cair nos últimos anos, devido ao declínio natural da produção, que já roubou mais de 700 mil barris de petróleo por dia em meia dúzia de anos à produção nacional.

Assim, apesar do aumento da produção verificada nos primeiros oito meses do ano, o declínio da produção petrolífera é uma realidade no País, não só pela redução dos investimentos, mas também pelo desgaste dos campos. Importa realçar que cerca de 45% dos 1.630 poços de petróleo perfurados no País estão fechados, embora nem todos definitivamente abandonados, segundo a administradora executiva da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), Ana Miala, que falava à imprensa, num encontro denominado "Matabicho com jornalistas", em Luanda, em Junho.

Segundo Ana Miala, há distribuídos pelas várias concessões petrolíferas 760 poços fechados por avarias mecânicas, problemas técnicos ou esgotamento de reservas, dos quais apenas 70 são "onshore". Alguns deles serão abandonados definitivamente por terem esgotado as reservas, enquanto outros serão reabertos quando houver oportunidade, acrescentou a responsável da ANPG à margem do encontro.

E se a produção aumentou nos primeiros oito meses do ano, a exportação também. Só para termos uma ideia, ao longo primeiro semestre, as receitas brutas com a exportação de petróleo angolano cresceram 13% para 16,0 mil milhões USD em relação ao mesmo período de 2023 quando o País alcançou um total de 14,2 mil milhões USD, apurou o Expansão com base em dados do BNA. O aumento das receitas em 1,9 mil milhões USD no primeiro semestre deste ano em relação ao período homólogo está ligado ao aumento do volume de exportação, bem como ao aumento do preço médio de exportação, que saiu de 77,4 USD para 81,3 USD, muito acima dos 65 USD que o Governo inscreveu no OGE como o preço médio de exportação para este ano.

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