Tendo em conta que no primeiro semestre do ano Angola importou 6.453 milhões USD em mercadorias e 4.334 milhões em serviços, significa que as importações custaram ao País uma média de 1.799 milhões USD por mês.

Contas feitas, os 14.997 milhões USD que valiam as Reservas em Setembro davam para garantir no máximo oito meses de importações de bens e serviços, acima da média dos países da SADC (4 meses de importações). Aproveitando a boleia da subida das reservas internacionais, o BNA injectou 250 milhões USD na semana passada para cobertura de operações cambiais destinadas à importação de bens alimentares e medicamentos.

Ainda assim, o País tem hoje menos 2.214 milhões USD de Reservas Internacionais se comparado com o período pré-Covid- -19, quando totalizavam 17.211 milhões em 2019, numa altura em que tinham invertido uma tendência de queda iniciada em 2014. No entanto, o valor mais baixo destas reservas foi em Janeiro de 2022, quando totalizaram apenas 13.350 milhões USD. Por outro lado, estas reservas atingiram o valor mais alto de sempre em Setembro de 2013, quando valiam 35.188,4 milhões.

As Reservas Internacionais de um país são activos financeiros como reservas de dólares, euros, ouro e outras divisas controladas pelo banco central, bem como títulos de dívida soberana de outros países. Estas reservas podem ser utilizadas para cumprir as suas obrigações internacionais, tais como o pagamento de importações, dívida externa e outras despesas em moeda estrangeira, desempenhando, assim, um papel importante na estabilidade económica de um país, ajudando a manter a confiança dos investidores estrangeiros e a capacidade de lidar com choques económicos ou crises financeiras.

Assim, ao longo dos primeiros nove meses do ano, as reservas registaram um mínimo de 14.046 milhões USD, no dia 14 de Fevereiro, e máximos no dia 27 de Setembro ao atingir 15.040 milhões USD.