Este é o primeiro de um conjunto de quatro que a TAAG tem contratualizado com a Boeing Company, sendo que três destes são adquiridos pela companhia de bandeira, e o outro chegará ao abrigo de um acordo de leasing sale back. São do modelo Boeing 787-9 White Tail Dreamliner, que na sua configuração típica tem uma capacidade para 296 passageiros, maiores que os actuais 777-300ER e777-200ER, utilizados pela companhia para os voos intercontinentais.
O termo White Tail refere-se a aeronaves que foram construídas sem um comprador específico e, portanto, não possuem as cores de nenhuma companhia aérea, sendo essa uma responsabilidade posterior do comprador. Por este motivo são normalmente mais baratos, depende sempre da negociação entre as partes, sendo que o valor nestes casos raramente é divulgado.
Para se ter uma ideia dos valores, este modelo 787-9 feito especificamente para uma companhia tem um preço oficial que ronda os 300 milhões USD, embora na verdade as compras se façam por valores mais baixos devidos aos descontos que são feito pelo número de aeronaves compradas ou pelo forma de pagamento. Obviamente que o Expansão não teve acesso aos valores desta compra, também não são públicos, mas uma pesquisa sobre o negócio de aviões similares feitos por outras companhias no mundo, pode estimar-se que estes aviões poderão ter tido um custo entre 150 e 220 milhões USD cada um.
Para confirmar este negócio foi aprovada por Despacho Presidencial n.º 30/25 a concessão de uma Garantia de Estado no valor de 110 milhões de dólares para o financiamento de pagamentos antecipados (Pre-Delivery Payments - PDPs) no valor de 150 milhões USD a ser disponibilizado pelo consórcio entre o Afreximbank e o Banco Absa (banco financiador) que irá realizar estes desembolsos sob a forma de financiamento. Este negócio far-se-à entre a TAAG, como compradora, a Boeing Company, como vendedora, o consórcio Afreximbank e o Banco Absa como mutuante e a Cuanza Limited, como mutuária, sendo que o despacho também define que a TAAG deve pagar uma taxa de garantia correspondente a 1% do valor da Garantia do Estado, 1,1 milhões USD.
As vantagens deste modelo prendem-se fundamentalmente com a poupança de combustível, menos 20 a 25% em comparação com aeronaves similares, em resultado de motores avançados tecnologicamente (o Rolls-Royce Trent 1000 e o General Electric Genx), peso reduzido, menos ruído, janelas de maior dimensão e até menos 25% das emissões de CO2 face a modelos anteriores. Pode voar até 15.700 km sem fazer qualquer escala.
De acordo com os dados apurados pelo Expansão, neste momento estão a voar em todo o mundo mais de 900 aviões deste modelo, sendo que as companhias africanas possuem deste universo 54 Boeings 787 Dreamliner - a Ethiopian Airlines, que foi pioneira na introdução deste modelo em África, tem 29 destes aviões em operação, a Kenya Airways tem 9 unidades do modelo 787-8 a voar, a Royal Air Maroc possui 9 Dreamliners em operação (5 do modelo 787-8 e 4 do 787-9) e a EgyptAir opera com 7 aviões do 787-9.
A TAAG será por isso a 5º companhia africana a ter este modelo na sua frota. Acrescentar que o primeiro avião deste lote chega a Luanda no próximo dia 30, e os restantes entre Junho e Julho.
