Multicaixa Express lidera transacções na rede com 58% das operações
Com mais de 1,9 milhões de usuários válidos, o Multicaixa Express é o canal que mais cresce na rede Multicaixa, em número e volume de operações. Na base está a preferência dos agentes bancários para o digital, que é actualmente a principal solução para facilitar as operações e evitar as longas nos ATMs.
Pelo nono mês consecutivo, o Multicaixa Express é o canal mais usado pelos angolanos na rede multicaixa, depois de destronar os caixas automáticos (vulgo ATMs) em Junho do ano passado. Com cerca de 401 milhões de operações no primeiro trimestre deste ano, e 3,7 biliões Kz de dinheiro transacionado, o Express foi responsável por 58% do total das operações e 40% de volume transaccionado entre Janeiro e Março, segundo cálculos do Expansão com base relatórios mensais da de acordo com os dados da Empresa Interbancária de Serviços (EMIS). Na base está a preferência dos agentes bancários para o digital que é actualmente a principal solução para facilitar as transacções financeiras, uma vez que permite maior celeridade nas operações e também evita longas filas nos ATMs.
Das 401 milhões de operações no Multicaixa Express, as consultas foram as mais frequentes, representando 69% do global, seguido dos pagamentos e transferências com 15% e 12% respectivamente. Quanto ao volume de dinheiro transaccionado, dos cerca de 3,7 biliões Kz, 93% foram transferências e 7% pagamentos.
Assim, no primeiro trimestre, o volume de dinheiro transaccionado cresceu 51% face aos 2,5 biliões registados no mesmo períodos do ano passado, enquanto o número de operações quase duplicou ao crescer 91% face aos 209 milhões contabilizados nos primeiros três meses do ano passado.
O Express tem actualmente mais de 1,9 milhões de usuários válidos e é o canal que mais cresce na rede Multicaixa, em número e volume de operações. O reforço da segurança, que foi posto em causa nos primeiros anos, juntamente com a rapidez nas operações que permite fugir a longas filas nos ATM, têm sido o grande chamariz deste canal.
Este cenário, ao que tudo indica, passa a ser o novo normal e é um sinal de que a digitalização ganhou terreno face aos meios tradicionais, segundo explica o economista Heitor Carvalho. "O Multicaixa Express já conquistou o mercado, funciona bem e melhor do que os outros, a não ser que surja outro canal que ofereça maior facilidade, rapidez ou segurança. Mas se manterá firme e continuará a expandir-se", disse.
O Multicaixa Express é um canal mobile interbancário que permite associar um conjunto de cartões multicaixa à aplicação móvel Express. O aplicativo permite aos clientes bancarizados (com acesso a um cartão) pagamentos, transferências bancárias, consultas, pedido de levantamentos sem cartão, ou gestão de cartões, através de um telemóvel.
TPA rivaliza com ATM nas transacções
Com o triunfo do Multicaixa Express, os caixas automáticos passam a ser o número dois na preferência dos clientes bancários. Este canal, que aos poucos vai perdendo a preferência com o crescimento dos canais digitais, também é ameaçado pelos TPA´s que já registam mais operações desde 2023 e não está longe de alcançar o tradicional ATM relativamente ao volume de dinheiro transaccionado. E a culpa é da antiga história das longas filas no início e final do mês que se verificam nos caixas e do aumento crescente do número de comerciantes que fazem uso do TPA nos estabelecimentos comerciais, até mesmo informais.
Heitor Carvalho explica que é de se esperar que isto aconteça porque os utilizadores inclinam- -se para a alternativa que oferece maior facilidade de acesso, que neste caso é a disponibilidade de dinheiro. "A perda da preferência dos ATMs em relação aos TPAs é resultado da insuficiência dos serviços prestados pelos bancos relativamente à disponibilização de dinheiro nos ATMs", apontou.
Este cenário está também ligado ao serviço de levantamento de numerário em TPA, operação que permite aos titulares de cartões retirar dinheiro em numerário através de um TPA. Apesar da resistência dos comerciantes em aderir às taxas legais, cobrando 10% em vez 2,5%, é uma alternativa muito usada em tempos de escassez nos ATMs.
Leia o artigo integral na edição 822 do Expansão, de quinta-feira, dia 17 de Abril de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)