Participação indirecta angolana na Galp está a 'ganhar' 933 milhões EUR
Se a "holding" angolana Esperaza vendesse hoje a sua participação indirecta na petrolífera Galp Energia obteria uma mais-valia potencial de 933 milhões de euros, de acordo com cálculos do Expansão sobre os relatórios e contas da petrolífera portuguesa.
Na última semana, Isabel dos Santos viu mais uma vez a justiça a apertar o cerco aos investimentos que fez durante o "reinado" do seu pai em Angola. Desta vez, foi nos Países Baixos (Holanda) onde, segundo avançou a Sonangol em comunicado, um tribunal arbitral considerou nula a transferência de 40% das acções da Esperaza Holding em 2006 para a Exem Holding, controlada por Sindika Dokolo e Isabel dos Santos. Desta forma, segundo o comunicado, este tribunal arbitral considera a Sonangol como única accionista da Esperaza, decisão que, entretanto, Isabel dos Santos já veio dizer que vai contestar em sede judicial.
Mas enquanto ainda decorre na justiça o imbróglio jurídico entre a Sonangol e a empresária, o Expansão fez as contas e apurou que, caso a participação indirecta angolana na GALP fosse vendida hoje, representaria uma mais-valia milionária.
Os accionistas desta holding sediada em Amesterdão, na Holanda, são a Sonangol, com 60% de participação, e a empresária Isabel dos Santos, proprietária da restante participação accionista.
Por sua vez, esta holding de capitais angolanos detém 45% da Amorim Energia, que é a accionista de referência da Galp, com 33,34% das acções. Fazem ainda parte da estrutura accionista da Amorim Energia a Power, Oil & Gas (35%) e a Amorim Investimentos (20%), empresas cuja participação pertence à família do falecido empresário português Américo Amorim.
Em 2005, a Amorim Energia adquiriu um terço das acções da Galp Energia num negócio que envolveu 1.700 milhões de euros. Em 2011, a compra de 5% aos italianos da ENI envolveu o pagamento de 590 milhões. Só que, já em 2016, a Amorim Energia vendeu por 485 milhões a mesma percentagem que tinha comprado à ENI, num negócio que representa uma menos-valia de 105 milhões de euros face ao negócio decorrido cinco anos antes.
(Leia o artigo integral na edição 635 do Expansão, de sexta-feira, dia 30 de Julho de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)