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Empresas & Mercados

Saudi Aramco divulgou lucros do terceiro trimestre acima das previsões: 30,4 mil milhões de dólares

Com o compromisso da redução da emissão de carbono a zero até 2060

O maior exportador de petróleo do mundo, a Saudi Aramco, anunciou um lucro líquido de 30,4 mil milhões de dólares, mais 11,8 mil milhões do que em período homólogo no ano passado

A Saudi Aramco, petrolífera estatal saudita, anunciou o seu maior lucro trimestral desde que está cotada em bolsa, o que aconteceu em Dezembro 2019.

O lucro do grupo de empresas de energia controladas pela monarquia saudita no terceiro trimestre deste ano foi de 30,4 mil milhões de dólares, mais 11,8 mil milhões de dólares do que no terceiro trimestre do ano passado, a explicação passa pelo aumento dos preços, maior volume de crude vendido e maiores margens dos produtos químicos e refinados.

Os analistas previam lucros de 29,1 mil milhões, os lucros revelaram-se um pouco acima das expectativas com um fluxo de caixa de 28,7 mil milhões de dólares mas a Saudi Aramco manteve os dividendos aos accionistas de acordo com o que estava previsto para o trimestre, isto é, 18,8 mil milhões de dólares.

Amin Nasser, o presidente-executivo da Saudi Aramco, atribuiu o forte desempenho do grupo "ao aumento da actividade económica nos principais mercados, ao aumento da recuperação da procura energética, bem como à nossa posição única de baixo custo de produção". E acrescentou que "ainda existem alguns obstáculos na economia global, em parte devido aos constrangimentos nas cadeias de distribuição, mas estamos optimistas que a procura de energia se manterá num nível de crescimento nos tempos mais próximos".

Os dividendos anuais da empresa, que andam pelos 75 mil milhões de dólares, constituem uma fonte vital para o governo saudita, ou, se quisermos para a monarquia saudita, que, no seu conjunto, detém 98% das acções da Saudi Aramco.

Durante a queda dos preços no momento mais acentuada da pandemia a empresa contraiu vários empréstimos, o rácio que a empresa define para as operações por dívida aumentou de 4,9% no primeiro trimestre de 2020 para 23% em Dezembro do ano passado e permaneceu nesse nível no primeiro trimestre deste ano.

No segundo trimestre de 2021, a Saudi Aramco diminuiu o rácio para para 19,4% e nos últimos três meses passou para 17,2%, com fluxos de caixa mais elevados. As despesas de capital este ano estavam estimadas em 35 mil milhões de dólares.

A Saudi Aramco, assim como Chevron, ExxonMobil e BP, beneficiaram da recuperação económica global deste ano, que empurrou os preços do petróleo para mais de 80 dólares o barril pela primeira vez em três anos.

A este aumento de preços, ou melhor, de produção, foi sempre muito controlado pela Arábia Saudita e pelos seus aliados, especialmente a Rússia, da OPEP+ desde o início da pandemia. O cartel concordou em aumentar a produção a um nível de 400 mil barris por dia todos os meses, mas resistiu à pressão de países como EUA, Japão e Índia para agir com mais rapidez.

A produção da Saudi Aramco, entretanto, passou de 8,5 mil milhões de barris de petróleo por dia no segundo trimestre, para 9,5 mil milhões de barris de petróleo por dia no terceiro trimestre.

Ao contrário de outras petrolíferas internacionais, muitas dos quais se comprometeram a reduzir gradualmente a produção de combustíveis fósseis, a Saudi Aramco está num processo inverso e pretende aumentar a sua produção para uma capacidade máxima de 12 milhões de barris/dia para 13 milhões de barris/dia. No entanto, Nasser afirmou que a Saudi Aramco tem uma estratégia de longo prazo para obter recordes de desempenho de baixo custo e baixa intensidade de carbono.

O que corrobora uma promessa feita pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, no sábado, na cimeira do G20, em Roma, e nas vésperas da cimeira do clima, a COP26, em Glasgow. E a promessa é de reduzir gradualmente as emissões de carbono a zero até 2060. Para isso, o príncipe falou num investimento de 187 mil milhões de dólares.

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