Gestão da Zap Media passa para Ministério das Telecomunicações que tem de reintegrar trabalhadores
Os activos da Zap Media, que foram arrestados em 2019, foram entregues ao Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, que terá de reintegrar os 400 trabalhadores que foram despedidos este mês, anunciou a PGR em comunicado.
A transferência dos activos foi requerida, em tribunal, pelo Serviço Nacional de Recuperação de Activos da Procuradoria-Geral da República (PGR), que em 2019, altura em que a Zap Media S.A. e Finstar-Sociedade de Investimentos e Participações foi arrestada, constituiu seus "fiéis depositários os conselhos de administrações das referidas empresas", como explica um comunicado da PGR.
Além de ficar encarregue de reintegrar os trabalhadores despedidos, o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social fica incumbido de "praticar actos de gestão prudente para a manutenção das empresas".
Depois de suportar as despesas salariais durante nove meses e sem retorno, a direcção da Zap decidiu encerrar o canal Zap Viva, que já só emitia para Portugal e Moçambique, após a suspensão do canal pelo Ministério das Telecomunicações Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS).
Em Abril de 2021, o Governo suspendeu, por inconformidades legais, o canal. Apesar de a empresa entregar os documentos exigidos pelo MINTTICS, a situação não foi normalizada, pelo que a instituição se viu obrigada a fechar alguns programas, como, por exemplo, departamento de Actualidade e desvinculou mais de 60 funcionários, em Setembro, dando início a um processo gradual de reestruturação.
Quatro meses depois, o Zap Viva despede trabalhadores em massa e oficializa a extinção do canal, sendo que desde Abril os funcionários receberam todos os salários, incluindo 100% dos subsídios de Natal de férias.
Com o encerramento da Zap Viva, 400 funcionários da área de entretenimento e 60 da informação ficaram desempregados. Os dados não incluem os postos de trabalho indirectos.
De recordar que no dia 21 de Abril, o Governo Angolano suspendeu os canais da Record TV África, ZAP Viva e Vida TV, medida que foi justificada com a existência de "inconformidades legais".
O Executivo deixou também pendentes os registos provisórios dos jornais, revistas, páginas web, site de notícias e estações de rádio sem actividade efectiva nos últimos dois anos, cuja lista nunca foi divulgada.