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Empresas & Mercados

Fazenda de Santo António vai iniciar produção de arroz com parceiro chinês

24.000 HECTARES DA QUIBALA

Produz anualmente 20.000 ton de milho, 6.000 ton de soja, 10.000 ton de ração, 500 mil litros de óleo de soja refinado, 3.000 ton de carne de porco e 400 ton de carne de bovina. Vai agora avançar para a produção de arroz com um parceiro chinês, numa primeira fase em 1.000 hectares.

A Fazenda Santo António na Quibala tem cerca de 24.000 hectares, sendo que 4.000 he estão destinados à agricultura, 5.000 he ainda estão em processo de desmatação para poderem serem utilizados para agricultura e 15.000 he são aproveitados para para a criação de gado. "Começámos há 15 anos com cerca de 4.000 he, e ao longo deste tempo temos vindo a comprar a terra à volta, muita gente me pede para ficar com as fazendas, e hoje temos 24.000 he", começou nos dizer o empresário Fernando Teles, que acrescenta: "comecei a exploração agrícola e pecuária com um sócio português, o Pedro Garcia Matos, sendo que em 2017 ele explicou-me que ia abraçar um outro projecto, comprei a parte dele, e hoje este projecto é apenas meu e da minha família".

Em termos do que produz actualmente, apesar de havido uma paragem no processo de crescimento em 2017 por questões estratégicas, depois de terem sido "abertas" as exportações aos produtos agrícolas e ter havido uma valorização da moeda, a produção nacional ficou sem competitividade, a fazenda vai fechar o ano com 20.000 ton de milho, 15.000 ton de sorgo forrageiro e 6.000 ton de soja. Já estão instalados 40 pivots e estão mais quatro em instalação.

Uma parte desta produção é utilizada para apoiar a produção pecuária, a fazenda tem instalada uma unidade de ração com uma produção actual de 10.000 ton/ano, sendo que a restante é colocada no mercado nacional. Foi também instalada uma unidade de produção de óleo de soja com uma produção de 1,2 milhões litros/ano, uma parte é utilizada para a produção de ração, sendo que cerca de 500 mil litros são refinados e vendidos sob a marca Kiara nos principais super e hipermercados do País.

"Em todas as minhas fazendas a lógica é produzir de forma integrada grãos e animais para abate. E como existe uma enorme dificuldade em ter fornecedores, nós fomos desenvolvendo projectos próprios para o apoio a esta actividade. Foi assim com as rações, que depois evoluiu também para uma linha de refinação de óleo. Também como havia uma enorme dificuldade no acesso a maquinas, equipamentos e serviços para a agricultutra, criei a Agrozootec, empresa sediada em Luanda que importa e comercializa as principais marcas internacionais", explica o empresário.

Pecuária

A fazenda de Santo António tem actualmente um efectivo bovino de cerca de 5.000 animais, sendo que até ao final do ano terá 2.000 bois em confinamento, o processo de engorda que se segue ao desmame, até o animal estar pronto para seguir para o matadouro, cerca de 8 meses. Para se ter uma ideia, se este processo for feito de forma tradicional, um boi atinge o peso necessário para ser abatido em três anos.

"Nesta perspectiva de integração, comprei em leilão os matadoros do Porto Amboim e do Lubango, sendo que não são apenas para os nossos animais. A nossa produção, porcos e bovinos, está a ser abatida em Porto Amboim. No Lubango não existem animais suficientes e o matadouro tem uma taxa de ocupação muito baixa", refere Fernando Teles.

Em termos práticos, a fazenda vai colocar este ano um pouco mais de 400 toneladas de carne bovina no mercado, fundamentalmente nos talhos e grandes superfícies de Luanda, sendo que uma pequena percentagem está a ser direccionada para Benguela e Lubango. "Existem empresas que vão carregar directamente ao matadouro, mas nós também criámos um sistema de distribuição que entrega directamente nas lojas dos nossos clientes", acrescenta.

Tem havido uma investimento grande na selecção das raças que podem dar maior rendimento na carne, sendo que nesta altura está em processo de forma ção um centro genético que irá preparar embriões para apoiar a fileira bovina, um projecto que terá como sócios alguns veterinários importantes.

Já relativamente à produção de carne suína, a fazenda tem nesta altura 1.500 matrizes (porcas reprodutoras) sendo que estas têm em média 25 leitões por gestação, que depois iniciam um processo de engorda de 24 semanas até serem enviados para o matadouro. Normalmente com peso à volta de 105 kg, sendo que o aproveitamento ronda os 75%. Significa isto que a fazenda tem actualmente uma produção anual de aproximadamente 3.000 toneladas de carne de porco. Acrescentar que numa outra fazenda do grupo, em Camabatela, vão ser instaladas mais 1.000 matrizes, que garantirão mais 2.000 toneladas de carne/ano.

Leia o artigo integral na edição 794 do Expansão, de sexta-feira, dia 20 de Setembro de 2024, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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