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África

Plano de resposta a tarifas dos EUA para salvar 100 mil empregos

MEDIDAS ANUNCIADAS POR ÁFRICA DO SUL INCLUEM ESCOLHA DE NOVOS MERCADOS NA ÁSIA E MÉDIO ORIENTE

Antes de as tarifas aplicadas pelos EUA entrarem em vigor, governo de África do Sul lançou um plano de apoio aos exportadores, que contempla medidas para ajudar empresas a absorver a tarifa de 30% e a procurar novos mercados. Pretória não fecha a porta ao diálogo e mantém negociadores prontos para rumar a Washington.

O governo sul-africano lançou um plano de resposta "robusto" à tarifa de 30% aplicada pelos EUA ao país, que entra em vigor sexta-feira, 8 de Agosto, com o objectivo de salvar 100 mil postos de trabalho que ficam em risco, sobretudo nos sectores automóvel e agrícola, segundo estimativas do banco central, e para redireccionar o mercado das suas exportações.

As medidas, anunciadas esta segunda-feira pelos ministérios das Relações Internacionais e Cooperação e do Comércio, Indústria e Concorrência, incluem ajuda aos exportadores sul-africanos na procura de mercados alternativos, com o objectivo de redirecionar o comércio externo para destinados na Ásia e no Médio Oriente em crescimento, nomeadamente os Emirados Árabes Unidos, Qatar e Arábia Saudita. Para auxiliar as empresas afectadas pelas tarifas e aconselhar mercados alternativos durante este período incerto e "difícil", como descreveu o ministro que tutela o comércio, Parks Tau, foi lançado, quatro dias antes da divulgação do plano de resposta, o Balcão de Apoio à Exportação.

Apesar da resposta imediata à tarifa de 30% imposta pelos EUA, uma das mais elevadas da ordem executiva emitida pelo presidente Donald Trump na quinta-feira, 31 de Julho, o governo sul-africano não fecha a porta ao diálogo. "Todos os canais de comunicação permanecem abertos" e os negociadores sul-africanos "estão prontos, aguardando o convite dos EUA", afirmou o presidente Cyril Ramaphosa, em comunicado.

O governo de África do Sul tenta há meses negociar um acordo com a Casa Branca, mas não encontrou abertura da parte da Administração Trump. Pretória, segundo a Reuters, ofereceu-se inclusive para comprar gás natural liquefeito aos EUA e investir em indústrias americanas em troca de uma tarifa inferior a 30%.

Grande investidor nos EUA

Na declaração conjunta divulgada segunda-feira, os porta-vozes do Ministério das Relações Internacionais e Cooperação e do Ministério do Comércio, Indústria e Concorrência, deixam claro que a tarifa tem um impacto mínimo e "inescrutável" nos EUA, uma vez que África do Sul representa 0,25% no total das importações americanas. Já o inverso não se aplica.

Os EUA são o terceiro maior parceiro comercial da África do Sul, logo a seguir à União Europeia e à China, representando 7,5% das exportações sul-africanas, refere a declaração que apresenta o plano de resposta, salientando que África do Sul "não representa qualquer ameaça comercial para a economia americana" e o cálculo do défice comercial apresentado por Trump "ignora o substancial excedente comercial americano nos serviços, bem como a natureza complementar das relações bilaterais de comércio e investimento".

"As exportações sul-africanas não competem com os produtores americanos e não representam uma ameaça para a indústria americana. Pelo contrário, as nossas exportações são inputs cruciais que sustentam a própria base industrial americana. As nossas exportações agrícolas são mesmo contra-sazonais, o que significa que preenchem lacunas no mercado americano, e não substituem os produtos nacionais", esclarece.

Por outro lado, África do Sul "não é apenas um parceiro comercial", mas sim "um grande investidor nos EUA", com várias "empresas a sustentarem empregos americanos". Da mesma forma, "mais de 600 empresas americanas na África do Sul contribuem" para o crescimento industrial sul-africano e criam emprego naquele país.

A incerteza da nova linha tarifária já está incorporada nas projecções económicas para África do Sul. Vários economistas estimam que poderá reduzir o crescimento económico em 0,2%, refere o governo, notando que 35% das exportações da África do Sul continuam isentas. "Todas as excepções aplicáveis publicadas na anterior Ordem Executiva dos EUA permanecerão em vigor e abrangem produtos como o cobre, produtos farmacêuticos, semicondutores, artigos de madeira, certos minerais críticos, sucata de aço inoxidável e energia e produtos energéticos", esclarece o Executivo.

Leia o artigo integral na edição 838 do Expansão, de Sexta-feira, dia 09 de Agosto de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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