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A queda de um ditador que já foi um herói da independência

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Hoje é evidente que Emmerson Mnangagwa venceu o braço-de-ferro com Grace, a mulher de Mugabe, a quem o ditador pretendia passar o poder. Conhecido por "crocodilo", pelo estilo brutal e implacável, o futuro presidente do país chegou a partilhar a cela da prisão com Mugabe nos tempos de luta da independência.

Robert Mugabe resistiu o mais que pôde aos apelos para que abandonasse o poder do país que ajudou a fundar há 37 anos. Depois de vários arranques e recuos e quando já nada o fazia prever, Mugabe apresentou a demissão na quarta-feira antecipando-se a um embaraçoso impeachment.
"Demito-me voluntariamente. (...) Esta decisão foi motivada pelo (...) meu desejo de garantir uma transição do poder sem problemas, pacífica e não violenta", explicou Mugabe, numa carta lida pelo presidente da mesa do parlamento.
A crise política começou quando os militares tomaram o controle do país na noite de 14 de Novembro, na sequência da destituição do vice-presidente e aliado de longa data, Emmerson Mnangagwa, de 75 anos, que tinha estreitas ligações com os militares e que foi o "braço-direito" de Mugabe. Conhecido por "crocodilo" pelo estilo brutal e implacável, será o próximo Presidente do país.
Mugabe, até agora o mais velho chefe de Estado do Mundo, e o segundo governante há mais tempo no poder (numa lista liderada por Teodoro Obiang Nguema, da Guiné Equatorial) enfrentava um processo de destituição baseado em várias acusações, entre as quais a de que teria "permitido à sua mulher usurpar o poder constitucional" ou que estaria demasiado velho para governar.

(Leia o artigo na integra na edição 449 do Expansão, de sexta-feira 24 de Novembro de 2017, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)

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