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FMI e Banco Mundial retornam à África para debater reformas e mudança climática

Angola participa com uma delegação chefiada por Vera Daves de Sousa

Nas reuniões que assinalam o regresso a África, depois dos Encontros no Quénia, em 1973, o FMI e o Banco Mundial deverão apresentar uma revisão em baixa do crescimento para o continente.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial começaram hoje os seus Encontros Anuais em Marraquexe, Marrocos, marcados pelo regresso a África, que prosseguem até dia 15 de Outubro. Angola participa com uma delegação chefiada pela ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa.

Além de Vera Daves, a delegação que já se encontra em Marrocos desde ontem, integra o ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, e o governador do BNA, Manuel Dias.

Nas reuniões que assinalam o regresso a África, depois dos Encontros no Quénia, em 1973, o FMI e o Banco Mundial deverão apresentar uma revisão em baixa do crescimento para o continente, com o Banco Mundial a ter apresentado já a sua estimativa de crescimento para a região, que abranda para 2,5% este ano, depois de crescimentos de 4,8% em 2021 e 3,8% no ano passado.

As reuniões anuais das instituições de Bretton Woods normalmente ocorrem na sede do Grupo Banco Mundial e do FMI em Washington DC por dois anos consecutivos e a cada três anos em outro país membro, mas a edição de Marrocos -originalmente prevista para 2021 - teve de ser adiada duas vezes, devido à pandemia da covid-19.

Os trabalhos começaram esta segunda-feira e têm em agenda uma sessão sobre empresárias africanas e outra que incide sobre a Guiné-Bissau e como melhorar a gestão da despesa com os funcionários públicos através do recurso ao 'blockchain'. Na terça-feira será lançado o relatório sobre as Perspetivas Económicas Mundiais, e também será apresentado o documento sobre a Estabilidade Financeira Global, seguido de um debate sobre o combate à pobreza.

Na quarta-feira, será a abertura oficial dos Encontros do Banco Mundial, com a conferência de imprensa do presidente, Ajay Banga, e é apresentado o 'Fiscal Monitor', a cargo do antigo ministro das Finanças de Portugal Victor Gaspar e diretor do departamento, havendo ainda lugar a um debate sobre o sobre-endividamento nos países mais desfavorecidos. No dia seguinte, irá se debater sobre a questão da dívida, com a presença dos dos líderes do FMI e do Banco Mundial, bem como o ministro das Finanças da Zâmbia, o primeiro país africano a entrar em Incumprimento Financeiro a seguir à pandemia e a solicitar, há mais de dois anos, uma reestruturação da dívida, num processo que ainda decorre.

Já na sexta-feira Vera Daves de Sousa irá participar num debate sobre a construção de resiliência económica e os desafios para os mercados emergentes, no mesmo dia em que serão apresentados os relatórios regionais sobre as economias europeias e africanas.

Assim, no dia 15, domingo encerra oficialmente o encontro em Marrocos.