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Opinião

Reflexões sobre a necessidade de se melhorar a redistribuição do rendimento nacional

VISTO DO CEIC

Angola continua excessivamente dependente do petróleo. Os preços do petróleo voltaram a subir. Depois de terem atingido 23 USD o barril em Março de 2020, chegaram a 74 USD em Dezembro de 2021. Uma combinação de retoma da procura, à medida que se levantam as restrições impostas pela pandemia da Covid-19, e dificuldades na recuperação da produção do petróleo em alguns países, são apontadas como causas para o aumento dos preços. Até quando os preços continuarão a subir continua a ser uma incógnita.

Tudo dependerá da capacidade de contenção da pandemia (para que não se volte às medidas mais restritivas reduzindo a procura) e do tempo que levará aos produtores de petróleo de xisto nos EUA a voltarem a inundar o mercado com petróleo barato atraídos pelos preços altos.

Angola é um dos produtores de petróleo que mesmo com preços altos e relaxamento das barreiras à produção impostas pela OPEP não tem sido capaz de aumentar a produção (o mesmo se passa com a Nigéria) devido ao envelhecimento dos poços e o baixo nível de investimento realizado nos últimos anos. Desde Dezembro de 2015, a produção de petróleo diminuiu 35%, de mais de 1,8 milhões de barris por dia para menos de 1,2 milhões de barris em Dezembro de 2021.

Ainda assim, o referido aumento do preço do petróleo tem "reanimado" o motor da economia angolana. Em 2021, as exportações totais aumentaram 12% de perto de 21 mil milhões de USD em 2020 para mais de 23 mil milhões. Com as importações em queda (- 9,3% em 2021) estima-se que o saldo global da balança de pagamentos tenha sido superavitário em mais de 1,4 mil milhões de USD. O petróleo continua a representar 94% das exportações.

As exportações fora do petróleo e dos diamantes (principalmente madeira, peixe e bebidas) têm vindo a crescer, mas apresentam uma tendência extremamente volátil e concentram-se principalmente em produtos de baixo valor acrescentado.

As perspectivas de crescimento, embora longe da marca registada na mini idade de ouro, são animadoras na medida em que poderá significar o fim de meia década de recessão. No terceiro trimestre de 2021, a economia registou o seu primeiro crescimento homólogo em mais de dois anos. A actividade económica global aumentou 0,8%. Projecta-se um crescimento de 2,5% para 2022.

Dados do FMI dão conta que pelo menos até 2025 a economia crescerá a uma cadência média anual em torno de 3%. São taxas de crescimento incapazes de cobrir o custo de reprodução da força de trabalho e compensarem o efeito de mais de 10% de contracção do PIB provocada pelas recessões acumuladas. Portanto, a economia está carente de uma dinâmica de crescimento que seja capaz de tirar milhões de angolanos da vergonha do desemprego e do miserável estado de pobreza em que se encontram.

(Leia o artigo integral na edição 661 do Expansão, de sexta-feira, dia 11 de Fevereiro de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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