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Opinião

A nossa TAAG

Editorial

Não vale a pena ter 30 Boeings ou 30 Airbus se as pessoas que lá trabalham não tiverem valores, princípios, profissionalismo, simpatia e a camisola TAAG vestida. E, neste particular, alguma coisa tem de mudar.

A TAAG é hoje uma aposta estratégica do País, concorde-se ou não com esta opção e, por isso mesmo, deve ser colocada num patamar de abordagem estratégica para os interesses da nação. Isto implica obrigatoriamente uma maior e melhor comunicação da empresa com os cidadãos em geral, um modus operandi eficiente capaz de gerar confiança cá dentro e lá fora, exigindo-se aos seus trabalhadores uma postura de acordo com a sua importância. Isto não quer dizer que estamos todos proibidos de criticar ou evidenciar as suas falhas, mas que quem gere tem de fazer tudo para que a vida da companhia seja o mais transparente possível, e que são tomadas todas as medidas para minimizar possíveis erros.

E isto obriga a que se olhe com muita atenção para os pequenos pormenores. A forma como se faz o check-in, continuamos a assistir nas filas do aeroporto de Luanda a empregados com uniformes da transportadora a passarem os amigos à frente, a crises de má disposição perante alguns passageiros, o ligar do "complicómetro" em momentos de tensão e o excessivo controlo dos documentos que acaba por incomodar quem viaja pela nossa companhia.

O mesmo se aplica à viagem. Os passageiros não podem continuar a lutar para ter um espaço nas bagageiras do avião, não se pode deixar passar pessoas que levam quatro e cinco sacos só porque sim, os sistemas de entretimento têm de funcionar, o pessoal de bordo tem de ser positivo e gentil, tem de haver cobertores para todos em viagens de longo curso, os prazos têm de se cumprir e os serviços de apoio em terra têm de funcionar. Não é possível ligar para o número disponível para apoio ou para compra de bilhetes e não ser atendido num prazo razoável. Diremos 5 minutos.

Tal como os horários e os voos programados. A companhia, no seu todo, tem de ter orgulho porque cumpre tudo aquilo que contratualizou com o utente quando este compra um bilhete. E quando as coisas correm mal ou não se cumpre, não se pode esconder. Fingir que não está acontecer só porque não tem uma solução, deixar os passageiros sozinhos, durante horas, com as suas irritações.

Existe uma arrogância típica de quem tem algum poder num determinado processo ou momento, que isso é muito difícil de mudar em mais de mil cabeças, mas é responsabilidade da companhia ter uma política de formação e de premiação dos melhores trabalhadores. Se hoje a aposta é o reforço da frota com a compra de aviões, convém não deixar para trás a componente humana porque as máquinas não vão andar nem se rentabilizar sozinhas.

Os angolanos têm de ter orgulho em viajar na sua companhia. Isso é o primeiro passo para que os estrangeiros também acreditem na empresa. Por isso, os voos internos e regionais têm de merecer o mesmo cuidado, o mesmo respeito, que os internacionais. Se eu não fico satisfeito num voo para o Lubango, quando for à Europa ou ao Dubai escolho uma companhia estrangeira.

A TAAG é uma base importante da estratégia de hub que o País assumiu como pilar para a sua economia, mas também para o seu posicionamento no mundo. O sucesso do novo aeroporto internacional de Luanda, a possibilidade de não se tornar num enorme "elefante branco" está intimimamente ligada ao que a TAAG fizer. Por isso, são os melhores que têm de estar na companhia.

Isto tudo para dizer que não vale a pena ter 30 Boeings ou 30 Airbus se as pessoas que lá trabalham não tiverem valores, princípios, profissionalismo, simpatia e a camisola TAAG vestida. E, neste particular, alguma coisa tem de mudar. Opinião de mais velho...

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