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Opinião

O que esperar da nova indústria transformadora angolana | desafios

CONVIDADO

As infra-estruturas são o esqueleto que sustenta qualquer projecto ambicioso. Avançar de forma metódica e visionária na construção de polos e parques industriais de última geração, permitirá verdadeiros ecossistemas de inovação e colaboração entre empresas, universidades e centros de investigação.

Todos partilhamos o mesmo objectivo nobre - impulsionar o desenvolvimento da indústria transformadora angolana e colocar o país na rota do crescimento e desenvolvimento sustentável. É um caminho árduo, mas repleto de oportunidades.

Olhando para o Plano de Desenvolvimento Industrial 2025 como um guia inspirador, percebemos que os seus quatro pilares - quadro legal, capital humano, infra-estruturas e dinamização empresarial - representam os alicerces sólidos sobre os quais será erguido este desenvolvimento.

Começando pelo quadro regulamentar, é vital criarmos um ambiente de negócios amigo do investimento e da inovação. Mas esta transformação também exigirá um diálogo construtivo entre todos os stakeholders para encontrar soluções equilibradas que protejam os interesses nacionais sem afastar oportunidades de crescimento.

No que toca ao capital humano, sabemos que o investimento em formação e qualificação dos jovens permitirá a aquisição de competências técnicas e empreendedoras para os líderes da nova vaga industrial. Ao mesmo tempo, está-se a valorizar a experiência dos profissionais seniores como mentores desta transição.

As infra-estruturas são o esqueleto que sustenta qualquer projecto ambicioso. Avançar de forma metódica e visionária na construção de polos e parques industriais de última geração, permitirá verdadeiros ecossistemas de inovação e colaboração entre empresas, universidades e centros de investigação.

E relativamente ao nosso tecido empresarial? As pequenas e médias indústrias são o coração pulsante da economia. Será importante apoiá-las com programas de financiamento inteligentes, transferência de know-how e integração em cadeias de valor nacionais e globais.

Acima de tudo, é importante cultivar uma mentalidade aberta à mudança, ávida por aprender com as melhores práticas internacionais. Sim, haverá desafios a ultrapassar, mas podem ser enfrentados com pragmatismo, resiliência e uma dose saudável de ousadia.

Esta jornada não será fácil, mas valerá cada passo. Podemos imaginar as oportunidades que uma indústria transformadora forte e dinâmica trará ao país - criação de empregos qualificados, aumento das exportações, atracção de investimento estrangeiro, desenvolvimento tecnológico. Estaremos a pavimentar o caminho para um futuro mais próspero para as gerações vindouras.

O Plano de Desenvolvimento Industrial 2030 tem uma abordagem que representa um passo essencial no desenvolvimento industrial angolano. Além de guidão para o futuro é também estrutura robusta que irá ser construída aos poucos, assimilando as melhores práticas internacionais.

O desenvolvimento de um hub de inovação e colaboração, com instituições de ensino superior, investigação e indústrias líderes na área será um exemplo de um ecossistema capaz de trazer mais-valias ao mercado que efectivamente serão importantes para o desenvolvimento de negócios e para o crescimento.

Outro ponto eventualmente importante será o incentivo ao desenvolvimento da mobilidade económica, que possibilitem maior mobilidade entre as diferentes regiões do país, que irá também cumprir um papel vital no ímpeto do crescimento da indústria transformadora.

A interligação entre indústria, educação e governança continua a ser um factor determinante para o sucesso de todo o programa de desenvolvimento industrial. É expectável que todas as partes envolvidas unam forças para encontrar soluções criativas e inovadoras para os desafios presentes, com um poder transformador e verdadeiramente potenciador do crescimento e desenvolvimento económico.

Há aspectos técnico-económico-sociais envolvidos no desenvolvimento da indústria transformadora que são essenciais para que este desenvolvimento aconteça. Também a valorização dos modelos de cooperação e colaboração com os parceiros empresariais e académicos dentro e fora do país são importantes. O futuro da indústria transformadora acaba de entrar em novos horizontes de possibilidades. Juntos, podemos construí-lo.

Nos próximos artigos vamos explorar um pouco mais alguns pontos importantes que julgo serem interessantes para esta discussão.

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