BNA deverá ficar apenas com uma golden share na EMIS
Serviços bancários
Posição do banco central na entidade que gere o cartão Multicaixa e a rede de terminais nacionais está em 41% e deverá continuar a baixar até ser residual, diz gestor da EMIS.
O Banco Nacional de Angola (BNA) deverá vir a ficar apenas com uma golden share no capital da EMIS - Empresa Interbancária de Serviços, detendo nesta altura cerca de 41% do capital, revelou o presidente da comissão executiva da instituição.
Em declarações ao Expansão, José Gualberto de Matos admitiu não saber o momento em que o banco central irá sair totalmente do capital da EMIS, mas lembra que a decisão está tomada desde o arranque da empresa, em 2001.
"Neste momento, o BNA já está com 41%, e existe uma decisão para reduzir rapidamente, de novo, para 35%", disse o CEO da empresa, explicando que os bancos do sistema financeiro angolanos são os detentores do resto do capital social da empresa.
Os termos da saída do BNA da empresa que gere a rede Multicaixa e de terminais de pagamento automático (POS) em Angola, ficando com uma golden share (tipo de participação que confere direitos sociais aos seus detentores - disse José Gualberto de Matos , "ainda vai ser discutida".
O mais provável, explicou, é que os bancos que integram a empresa vão adquirindo as participações da entidade liderada por José Pedro de Morais, como tem vindo a suceder.
"O BNA esteve no início da EMIS, com 100% do capital, para dar sustentação" à entidade, recordou José Gualberto de Matos, sublinhando que, para poder ter esta participação, o banco central teve de receber uma autorização legislativa especial.
"Foi criada uma entidade instrumental detida pelo BNA", onde estão as acções da EMIS, disse. De acordo com o site da EMIS, depois do BNA, os accionistas com mais de 4% do capital da entidade eram, no final de 2013, o BFA, o BPC, o Banco BIC e o BAI, tendo a generalidade dos restantes bancos accionistas posições abaixo de 2%.
Em 2014, de acordo com o gestor, a empresa não sentiu na 'pele', de forma expressiva, os efeitos da crise cambial e económica, mantendo um crescimento da rede da ATM e POS a dois dígitos. A rede de Multicaixa cresceu cerca de 24%, para 2.627, e a de POS avançou 60%, para perto de 50 mil.
O facto de apenas cerca de 1% dos cartões da empresa serem internacionais faz com que, mesmo este ano, a EMIS não esteja a sentir perdas nos movimentos na sua rede, concluiu o gestor.
