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Angola

Jardinagem e paisagismo: um negócio que cresce em Luanda

Reportagem

Empresas do ramo, cada uma à sua maneira, vão tentando despertar a atenção de clientes interessados em dar um ar mais aprazível aos seus espaços.

Cresce, a cada dia, em Luanda, o número de empresas que se dedicam ao negócio de jardinagem, um segmento que até bem pouco tempo não era muito explorado. Cada empresa, a sua maneira, vai tentando com um ou outro detalhes despertar a atenção de clientes interessados em dar um ar mais aprazível aos seus espaços de lazer e, até mesmo, residências.

Entre este grupo de empresas está a Lua Jardim, especialista em jardinagem e paisagismo. Há um ano no mercado, a empresa surgiu da iniciativa de duas mulheres empreendedoras, Manuela Cardoso e Carla Almeida.

A empresa explora, na zona do Kikuxi, município de Belas, uma área de mais de 50 hectares, onde dá vida a mais de 600 mil plantas ornamentais e para o interior, cujas sementes são importadas de países como a África do Sul e Israel. Dentre as várias plantas que daí saem, destacam-se as palmeiras, roseiras e relvas, que vão proporcionando já uma outra imagem a diferentes pontos da capital do País, entre os quais, vários condomínios e outros projectos habitacionais.

Segundo Manuela Cardoso, sócia da empresa, a firma espera produzir anualmente cerca de 10 milhões de plantas diversas. Explicou que na Luar Jardim as plantas produzidas se encontram subdivididas em quatro grupos, designadamente de palmeiras, arbustos, árvores e forrações.

Horta interna garante dieta dos funcionários

Noutra vertente, são também produzidas, em pequena escala, hortaliças como tomate, coentro, cenoura, salsa, repolho e couve, neste momento para o consumo exclusivo dos funcionários.

No futuro, avançou, a perspectiva é que venham a ser escoados para pequenas e grandes superfícies comerciais do País. Entre os principais clientes da empresa, no que a jardinagem e paisagismo diz respeito, indicou Manuela Cardoso, estão, no momento, apenas condomínios, empresas públicas e privadas. Entretanto, a intenção é de que, até ao final do ano em curso, comecem a atender também o público em geral, "com preços mais baixos".

"Assim que começarmos a produzir em grande escala, teremos plantas a um preço mínimo de 200 Kz". Projectos como Belas Business Parque, Revier, Nobeleza e empresas como Somague, Mota-Engil e Greener têm contado com os serviços da Lua Jardim.

Cerca de 300 pessoas estavam até há bem pouco tempo empregadas na empresa, mas, "devido à crise financeira que o País vive", a firma foi forçada a reduzir para 200, avançou a responsável.

Funcionários satisfeitos

Armando José, de 30 anos, é um dos trabalhadores mais antigos e disse à reportagem do Expansão estar satisfeito com o emprego, na medida em que, segundo ele, com o salário que recebe, consegue sustentar a família.

"Com o salário que ganho, já consigo pagar principalmente os estudos dos meus filhos", referiu. De igual modo, Tina Luís, outra funcionária da empresa, manifestou- se também satisfeita com o trabalho que desempenha. Não tendo ainda filhos para sustentar, consegue, como disse, satisfazer as suas necessidades básicas.

"Vivo próximo do espaço, não gasto dinheiro de transporte e estou muito feliz, porque consigo economizar o dinheiro para as minhas necessidades", disse a jovem, com um sorriso esboçado no rosto. Casas para funcionários Manuela Cardoso anunciou que está na forja o desenvolvimento de um projecto habitacional, no interior do espaço, que consiste na construção de residências para os funcionários. O que se pretende, clarificou, é proporcionar casa própria aos trabalhadores e garantir a educação dos respectivos filhos.

"Esta é uma estratégia de retenção dos funcionários", admitiu. "Queremos fazer algumas coisas no que concerne a acções sociais, como a criação de salas de aulas para os filhos dos nossos trabalhadores, porque nem todos têm condições de colocar as suas crianças na escola", enfatizou.

Nem tudo é "mar de rosas"

Apesar das perspectivas positivas, para os próximos anos, Manuela Cardoso mostrou-se preocupada pela invasão que tem sofrido, por parte de indivíduos que dizem ter comprado parcelas do terreno onde está a ser feita a plantação, com intenção de construir as suas residências. "O espaço tem sido invadido principalmente aos finais de semana, quando há poucos trabalhadores no local. As pessoas alegam ter comprado o espaço, quando na verdade os únicos donos somos nós", desabafa. O acesso a obtenção de financiamentos por parte de alguns bancos tem sido também uma das principais dificuldades para o crescimento do negócio, acrescentou. No ano passado, a empresa facturou cerca de 1 milhão USD e espera facturar até ao final deste ano apenas metade deste valor, tudo por 'culpa' da crise financeira e económica que o País vive.

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