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Empresas & Mercados

Prémios do ramo petroquímico crescem 37% para 85,1 mil milhões Kz

PRÉMIOS SOBEM PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO

Um incremento global que correspondeu também a um aumento de 46% das verbas que ficaram no mercado nacional, mas que não escondem um valor importante: 79,4% do valor dos seguros petroquímicos foi repassado para o exterior. Volta a falar-se da necessidade de uma resseguradora nacional.

Os prémios do ramo petroquímico cresceram 37% para 85,1 mil milhões Kz em 2024 face aos 62,2 mil milhões Kz registados em 2023, de acordo com os cálculos do Expansão com base nos resultados preliminares da Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG).

Uma vez que em 2024 o kwanza depreciou 9,1% face ao dólar e em 3,5% face ao euro, num ano em que o mercado cambial angolano se mostrou relativamente estável, o aumento dos prémios pode, em parte, ser justificado por esta depreciação, porque há uma maior necessidade de se aumentar os prémios em kwanzas para pagar o mesmo valor do resseguro, ou seja, é um tipo de seguro que envolve transacções em moeda estrangeira, e como tal depende da estabilidade da moeda nacional.

Mas o crescimento de 37% mostra também que houve um crescimento real das vendas neste segmento, o que tem a ver com um maior número de seguros que foram feitos no mercado nacional, com empresas instaladas no País, o que são boas notícias para o sector segurador.

Recorde-se que o ramo petroquímico continua a ter um forte peso dentro das vendas totais de seguros, tendo representado em 2024 quase 18% da produção total do mercado segurador.

A taxa de sinistralidade líquida para este segmento fixou-se em 10,73% em 2024, ligeiramente abaixo dos 10,98% registados em 2023. "Foi uma das mais baixas dos principais ramos do sector o que reflecte um controlo técnico rigoroso e também políticas de subscrição prudentes", explica Jesus Teixeira, administrador executivo da ARSEG.

É importante também referir que hoje as instâncias oficiais têm um maior controlo sobre a actividade das empresas petrolíferas e das que trabalham para sector, o que alimenta uma cultura de prevenção, que depois se reflecte numa baixa dos sinistros.

Quanto ao volume de prémios cedidos manteve-se elevado, situando-se nos 67,6 mil milhões Kz, o que corresponde a uma taxa de cedência de 79,4% face aos 82,2% de 2023. Isto significa, que quase 80% do risco foi "passado" para seguradoras internacionais, o que acontece porque a dimensão das empresas instaladas em Angola ainda não tem a base suficiente para que possam assumir um maior percentual dos riscos.

Em termos práticos, os prémios adquiridos líquidos de resseguro, dados aqueles que acabam de ficar no mercado nacional, situam-se em 17,5 mil milhões Kz, ligeiramente acima dos 12,0 mil milhões Kz registados no ano anterior. Ainda assim, um crescimento de quase 46%, o que indica um caminho positivo para seguradoras nacionais.

"Estes indicadores evidenciam a solidez, a especialização e a relevância crescente do ramo petroquímico no panorama segurador angolano. O resseguro continua a ser uma componente vital de sustentabilidade", acrescenta Jesus Teixeira.

Resseguradora nacional

Todos estão de acordo que é possível reter mais deste valor no mercado nacional, a taxa de cedência à volta dos 79% e representa um desafio para o sector segurador que tem de encontrar mecanismos para que isso possa acontecer. Especialistas defendem que um destes mecanismos passa necessariamente pela criação de uma resseguradora nacional, porque o ramo petroquímico é o que tem a maior taxa de cedência comparado com outros ramos.

Leia o artigo integral na edição 827 do Expansão, de Sexta-feira, dia 23 de Maio de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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