PHA promete salário para todas as mães e educação gratuita até à faculdade
Florbela Malaquias, única mulher candidata ao cargo de Presidente da República nas eleições gerais de 24 de Agosto, apresenta-se com um programa ambicioso, que corta nos impostos, mas abre os cofres às mulheres e aos filhos até atingirem a maioridade. Bela Malaquias também promete "erradicar a corrupção" e "educação gratuita de qualidade".
Florbela Malaquias é a única candidata mulher à Presidência de Angola, estreando-se como presidente do Partido Humanista Angolano (PHA), força política que surge nas eleições gerais de 24 de Agosto com uma mão cheia de promessas.
Tratada carinhosamente por alguns por "mamã coragem", termo imortalizado por Anália da Victória Pereira, a primeira mulher candidata à presidência da República em Angola, nas eleições de 1992, Florbela Malaquias ocupa o número 1 do Boletim de voto e traz na bagagem promessas ambiciosas e de difícil transposição para a realidade.
A "tia Bela", como ficou conhecida, promete pagar salário às mães, pelo serviço social de cuidado e educação que prestam, e subsídios para os filhos até aos 18 anos. Isto sem o Estado contar com alguns impostos, porque o Partido Humanista Angolano promete acabar com o IVA, o Imposto sobre o Rendimento de Trabalho (IRT), o Imposto Predial Urbano (IPU) e a tributação sobre heranças e doações.
De Igual modo, o PHA promete promover a educação gratuita de qualidade, com ênfase nos direitos humanos e na democracia. Erradicar todas as formas de corrupção e suborno é outra das promessas da candidata, que procura mobilizar o eleitorado feminino, com um discurso que valoriza o papel da mulher na sociedade e na política.
Durante o período de campanha eleitoral, a presidente do PHA apresentou as propostas do partido nas principais capitais provinciais para medir o grau de adesão da população. Um trabalho um pouco mais árduo do que os demais partidos, dada a sua estreia na política, nestas eleições, em situação de dissidência do partido que militou. Bela Malaquias, recorde-se foi militante da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e combateu nas FALA, o braço armado da partido do "galo negro".
O tiro de largada da campanha do PHA foi dado no Cuanza-Norte, onde Florbela Malaquias disse que Angola "tem terras aráveis suficientes" para uma agricultura sustentável. Por isso, o PHA, se chegar a governo, tenciona aumentar a produção de milho, trigo e outros produtos do campo, a fim de reduzir a fome nas famílias angolanas.
No Uíge, a única mulher a concorrer às eleições gerais focou o seu discurso na revitalização da produção do café na província, actividade que dará emprego aos jovens.
O PHA prevê, no seu programa de governo, dedicar atenção à indústria petrolífera e mineira, para que as receitas provenientes da comercialização do petróleo, ouro, diamantes e outros minérios possam ser devidamente investidas em projectos que concorram para o crescimento e bem-estar sustentável da população, sobretudo nas zonas de exploração.