"Neste momento, menos o município sede, Moxico, nos outros oito municípios temos problemas de energia, nomeadamente no Luau, Alto Zambeze, Cameia, Léua, Bundas, Luchazes Luacano e Camanongue", afirmou o governante que falava no quadro da inauguração da Central Fotovoltaica do Luena.

Na capital, de acordo com Ernesto Muangala, há bairros que estão a surgir e que ainda não têm ligações domiciliares, ainda assim, a taxa de electrificação do município sede é de 60%.

Entretanto, o fornecimento de eletricidade conta com 4 centrais de energia, três termoelétricas e uma hidroelétrica, que fornecem um total de 21,4 megawatts. Estas centrais eléctricas trabalham de forma isolada, ou seja, não estão interligadas a um único sistema, o que não permite compensações no sistema elétrico da maior província do País. Está falta de estabilidade tem resultado em apagões no município sede, também conhecida como a cidade da paz.

Central fotovoltaica do Luena

Inaugurada esta sexta-feira, a central fotovoltaica do Luena conta com uma capacidade de 25,3 megawatts de corrente contínua e vai permitir a interligação das centrais de produção da cidade de Luena e promover uma melhor distribuição de cargas e a estabilidade da rede no município sede, assim como reduzir o consumo de combustível nas centrais térmicas em 19 milhões de litros/ano, segundo o ministro da Energia e Água, João Baptista Borges, que procedeu a inauguração da central construída pelo consórcio Sun Africa e MCA e que custou 36 milhões USD.

Segundo o ministro, está igualmente em curso, no Moxico, o projecto de electrificação de 12 localidades, nomeadamente no Léua, que vai contemplar 2.735 ligações domiciliárias, Luau para atender 20.573 ligações, Cazombo 15.908 ligações, assim como 5.183 ligações no Cameia Lumeje, 6.272 no Lumbala Nguimbo, 454 na localidade de Aquengue e 315 na Mussuma, totalizado 56.748 ligações a nível da província.

A província do Moxico tem mais de 900 mil habitantes, sendo que a metade vive na capital, uma concentração populacional que ocorre devido à falta de fornecimento de electricidade às outras sedes municipais, factor que continua a empurrar as populações ao único município que beneficia deste serviço.

A província que ocupa 17% da extensão territorial de Angola, está geograficamente na região leste do País, que tem a pior taxa de eletrificação, não chegando a 20%, quando a média das 18 províncias está fixada em 43,4%.