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Huawei com queda de 22% na venda de telemóveis pede abertura à nova administração americana

Presidente da fabricante chinesa quer continuar a comprar equipamento nos EUA

Colocada numa lista negra, em 2018, que custou ao gigante asiático uma queda de 22% na venda de telemóveis, em 2020, a Huawei diz ter condições para sobreviver, desde que a nova liderança americana de Biden manifeste abertura para tal.

O apelo foi feito esta terça-feira pelo fundador do grupo de telecomunicações chinês. "Esperamos que a nova administração tenha [em relação à Huawei] uma política de abertura que seja benéfica" para os Estados Unidos, disse Ren Zhengfei, citado pela Lusa.

Apesar das sanções - o fundador da Huawei afirmou "esperar poder comprar ainda grandes volumes de material, componentes e equipamentos" aos EUA.

As sanções impostas por Washington já provocaram elevados prejuízos ao gigante asiático que só em 2020 registou uma queda de 22% nas vendas globais de telemóveis, de acordo com a empresa de pesquisas Canalys, para além das dificuldades no desenvolvimento das infraestruturas para as redes de quinta geração (5G).

Recorde-se que, com estas sanções a Huawei perdeu o acesso às atualizações para o Android, sistema operacional do Google, que é dominante, bem como o acesso a "chips" essenciais ao fabrico de telemóveis.

Em 2018, a Huawei foi "bloqueada" e impedida de comprar nos Estados Unidos pela administração de Donald Trump, e por nações aliadas, por suspeitarem que ao comprar equipamento americano a empresa teria acesso às comunicações e ao tráfego de dados de outros países, ideia associada ao facto do fundador da fabricante chinesa ter um passado militar, com filiação no Partido Comunista Chinês, o que serviu para alimentar as suspeitas de uma alegada influência do regime no grupo de telecomunicações. Trump, através do Departamento do Comércio dos EUA, acabou por impedir o grupo de comprar tecnologia americana para o fabrico de telemóveis e infraestruturas de telecomunicações.

A Huawei, presente em 170 países e com 194 mil funcionários, está no centro de um processo de rivalidade sino-americana, em parte pelo facto de ser o primeiro caso de sucesso global da China.