Número de trabalhadores no sector das pescas cai 73% em 2023
A província de Luanda é aquela onde se verifica a maior concentração de pescadores registados em ambos os segmentos de pesca, com 1.412 profissionais e foi onde também, por arrasto, onde se verificou a maior queda no número de trabalhadores. Relatório do INE é meramente analítico e não justifica as razões que levaram a esta razia nos trabalhadores do sector.
O número de trabalhadores no sector das pescas nos segmentos industrial e semi-industrial caiu 73% em 2023 para apenas 2.492, menos 6.604 trabalhadores, depois de aumentos consecutivos nos últimos quatro anos, de acordo com cálculos do Expansão com base no Anuário Estatístico das Pescas dos últimos cinco anos, publicado esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Apesar de o número de trabalhadores ter caído drasticamente, estes dois segmentos absorvem o maior número de pescadores registados a nível das sete províncias do litoral angolano, nomeadamente Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Cuanza Sul, Benguela e Namibe, sendo que a pesca industrial congregou 78% do total de pescadores registados em 2023.
Mas foi em 2022 que o número de pescadores nos dois segmentos atingiu o pico dos últimos cinco anos, com 9.096 pescadores registados, tendo a pesca industrial congregado 76% do total com 6.909 profissionais e a semi-industrial absorvido apenas 2.187 pescadores.
Em termos territoriais, a província de Luanda é aquela onde se verifica a maior concentração de pescadores registados em ambos os segmentos de pesca, com 1.412 profissionais e foi onde também, por arrasto, se verificou a pior queda em termos percentuais em 2023 (69%) contra os 4.391 pescadores registados no ano anterior.
Benguela é a segunda região do País que absorve o maior número de pescadores. Em 2023, por exemplo, foram registados apenas 554 profissionais nos dois segmentos, uma queda de 26,5% face ao ano anterior em que houve o registo de 2.416 pescadores.
O Namibe congregou o terceiro maior número de trabalhadores das pescas nestes últimos cinco anos, mas foi em 2022 quando atingiu o pico em termos de registo de pescadores com 1.651. Já em relação a 2023, na qual foram registados apenas 442 profissionais, houve uma queda de 73,2% no número de pescadores inscritos.
O número de embarcações de pesca nos segmentos industriais e semi-industriais também diminuiu em 2023 depois de consecutivos aumentos nos últimos cinco anos, ou seja, entre 2029 e 2023 foram registadas 1.260 embarcações de pesca. Mas entre 2022 e 2023 o número caiu 3,3% para 258 embarcações contra as 267 que foram registradas em 2022.
Também em relação às licenças por tipo de pesca, entre 2022 e 2023 o número caiu 1,5%, fruto da diluição do número de embarcações industriais e semi-industriais ao largo da costa angolana. No período de 2022 e 2023 foram atribuídas 502 licenças de pesca, sendo de destacar o número atribuído à Arte de Cerco, correspondendo a 49,6% do total. Ocupando a segunda posição, surge a Arte de Arrasto Demersal que representa 21,5% do total de licenças atribuídas.m
A província de Luanda regista o maior número de licenças atribuídas, correspondendo a 45,5% do total de 2022 e 2023. É igualmente de destacar o número de licenças atribuídas na província de Benguela no mesmo período (71), correspondendo 28,1% do total. Em ambas províncias são as artes de Cerco e de Arrasto Demersal aquelas que apresentam maior número de licenças atribuídas, embora a província de Luanda apresente uma maior diversidade das artes praticadas.
Pesca de carapau
A pesca do carapau, que entre 2022 e 2023 representou 23% do total de toda captura marítima do País, superado apenas pela sardinella (sardinha), caiu 29%, pela primeira vez em cinco anos, de acordo com cálculos do Expansão.
Nos últimos cinco anos o carapau teve uma espiral de crescimento, que passou das 48.767 toneladas em 2018 para 149.700 em 2022, uma subida de 206% durante esse período, que foi apenas interrompido com a queda que se verificou em 2023, ano em que foram capturadas somente 106 mil toneladas do pescado a nível das sete províncias do litoral angolano, nomeadamente Cabinda, Zaire, Bengo, Luanda, Cuanza Sul, Benguela e Namibe.
Leia o artigo integral na edição 834 do Expansão, de Sexta-feira, dia 11 de Julho de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)