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Angola

Gestão do lixo em Luanda custa 365,5 milhões USD por ano

Valor dos contratos indexados ao USD quadriplicou em kwanzas em quatro anos

Os contratos do Estado com quatro privados e uma empresa pública para a gestão dos resíduos sólidos urbanos na província de Luanda custam anualmente pelo menos 365,5 milhões USD, de acordo com cálculos do Expansão com base nos contratos publicados em Diário da República em 2016.

Este valor até será superior uma vez que o contrato com a Sambiente não está registado em Diário da República.

Entre as empresas privadas que asseguravam a limpeza de Luanda até à suspensão dos contratos em Dezembro, a Queiroz Galvão é a que mais facturou, tendo assinado um contrato correspondente em Kz a 141,2 milhões USD. Contas feitas pelo Expansão, ao preço médio do USD em 2016 - 163,7 kwanzas, na altura em que o contrato foi assinado - o Estado pagava 23,1 mil milhões Kz. Com a desvalorização da moeda nacional, no ano passado, à taxa de câmbio média de 578,3 kwanzas por cada dólar, o valor em kwanzas disparou para 81,7 mil milhões Kz, ou seja quase quatro vezes mais.

A empresa de origem brasileira tinha a responsabilidade de limpar os municípios de Luanda e Kilamba Kiaxi, mas para cobrir as suas zonas subcontratou a Rangol.

No ranking das empresas que mais facturavam com o lixo, tendo como base os acordos assinados em 2016, a Nova Ambiente, criada em 2014, tinha um contrato equivalente a 68,4 milhões USD para limpar o município de Viana. A sociedade, composta por empresários angolanos e brasileiros, surge logo atrás da Queiroz Galvão, a nível de facturação.

A empresa Vista Waste, que surgiu em 2008, numa parceria entre a Finicapital, ligada ao Millennium Atlântico, e o actual PCA do banco, António João Assis de Almeida e em que só em 2009 viu entrar na estrutura accionista o grupo português SUMA (pertence à Mota Engil) tem um contrato equivalente a 63,7 milhões USD, o que a torna na terceira empresa com contrato mais "chorudo" para limpar parte de Luanda.

A Vista Waste é das poucas empresas que mantém as suas equipas em acção depois da suspensão dos contratos pelo Governo Provincial de Luanda por alegada incapacidade para pagar às operadoras. A empresa, detida hoje maioritariamente pelo Grupo SUMA, é responsável pela limpeza dos municípios de Belas e Talatona.

(Leia o artigo integral na edição 612 do Expansão, de sexta-feira, dia 19 de Fevereiro de 2021, em papel ou versão digital com pagamento em Kwanzas. Saiba mais aqui)