Banca sem receios bate recordes de títulos de dívida e crédito a privados
Apesar de terem atingido os valores mais altos de sempre em moeda nacional, quando convertidos em dólares, o stock de títulos de dívida e de crédito ao sector privado estão longe dos tempos áureos, valendo hoje menos 10 mil milhões USD do que em 2016.
Os stocks de dívida pública e de crédito ao sector privado nos balanços dos bancos nacionais bateram recordes no mês de Setembro, ao subirem 24% e 26% para 8,1 biliões Kz e 7,9 biliões Kz, respectivamente face ao final de 2024, atingindo os valores mais altos de sempre em moeda nacional, de acordo com cálculos do Expansão com base nas estatísticas monetárias e financeiras do Banco Nacional de Angola (BNA).
Este crescimento da exposição da banca ao Estado deve-se à forte aposta do Governo na emissão de dívida pública em kwanzas este ano para financiar o Orçamento Geral do Estado de 2025, já que o financiamento externo está hoje muito caro, com taxas de juro a rondar os 10%, taxas essas que têm aumentado à medida que o risco do País se agravou com a diminuição da exportação de petróleo e com o crescimento da dívida pública.
E os 8,1 biliões Kz de stock registados em Setembro deverão crescer até final do ano, uma vez que até Agosto o Estado emitiu 2,7 biliões Kz em Bilhetes de Tesouro e Obrigações de Tesouro, cerca de metade do valor que inscreveu no Plano Anual de Endividamento (PAE) de 2025.
Por outro lado, também o financiamento à economia está a aumentar, com o stock de crédito ao sector privado na banca a bater o recorde em kwanzas no final de Setembro. Para isso contribuiu o crescimento deste stock em 1,5 biliões Kz entre Julho e Setembro, para 7,9 biliões Kz.
De acordo com as estatísticas do BNA, o stock ao sector privado está dividido entre crédito a "outras sociedades não financeiras", ou seja empresas, e "outros sectores residentes", o que indicia crédito a particulares. O forte crescimento do sector privado deve-se, essencialmente, ao aumento do crédito a empresas por parte dos bancos comerciais, que vale 80% de todo o crédito ao sector privado.
Assim, o gap entre divida pública em posse da banca e o crédito ao sector privado está hoje ao nível mais baixo desde Novembro de 2017, já que em Setembro verificou-se uma diferença de apenas 183,2 mil milhões Kz a favor dos títulos de dívida. Um sinal de que, apesar de os bancos estarem a aumentar a sua exposição ao Estado, também estão a aumentar a disponibilização de crédito à economia, factor fundamental para a tão necessária diversificação económica e para fomentar o crescimento do PIB..
Leia o artigo integral na edição 849 do Expansão, de sexta-feira, dia 24 de Outubro de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)











