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Economia

Gastos com importação de carne de frango, porco e vaca crescem 57%

301,3 MILHÕES USD NO I SEMESTRE

Na base está o crescimento exponencial da importação de carne de frango, que continua a ser o produto PRODESI mais importado.

Os dados da AGT relativos ao sector das carnes mostram que Angola gastou cerca de 301,3 milhões USD com importação de carne de frango, porco e de vaca no primeiro semestre de 2025, o que representa um aumento de 57% em relação aos 192,5 milhões USD contabilizados no mesmo período do ano passado.

Contas feitas, o País gastou mais 108,8 milhões USD nos primeiros seis meses do ano face ao período homólogo. Ainda assim, em termos de quantidades, as importações de carnes caíram 12% para 126.021 toneladas, o que significa que estamos a importar a preços médios mais altos, o que também tem impacto nos preços finais.

Na base deste facto está o crescimento exponencial das importações de carne de frango, que continua a ser o produto PRODESI mais importado, representando 19% do total, numa lista de 58 produtos. Entre Janeiro e Junho, as importações de carne de frango cresceram 97% para 245,5 milhões USD (+121,1 milhões USD).

Os custos de produção no País continuam a ser um dos principais entraves à actividade económica e investimento neste sector e penalizam o custo final dos produtos feitos em Angola. Tal como noticiou o Expansão, em Fevereiro deste ano, segundo as associações de produtores nacionais, um quilo de frango produzido em Angola custa, em média, 4.000 Kz, mais do que o triplo dos 1.150 Kz praticados no Brasil, país de origem de boa parte das importações deste tipo de produtos. O preço final do quilo de frango produzido em Angola fica também acima dos 2.736 Kz em Moçambique.

Quanto à carne de porco, as importações caíram 23%, ao passar de 41,7 milhões USD para 32,0 milhões. Isto resulta essencialmente da queda das quantidades importadas, uma vez que se importou menos 9.658 toneladas. Importa referir que a carne de porco é um produto que tem tido uma queda lenta e sustentada do consumo em termos mundiais. Já relativamente à carne de vaca, a importação caiu 10% para 23,8 milhões (menos 2,4 milhões USD), resultado igualmente da queda em quantidade, que passou de 9.896 para 7.522 toneladas.

Importa realçar que em Março deste ano o Instituto de Serviços Veterinários (ISV) fez uma proposta de proibição de importação de miudezas, partes de aves, de suíno e de bovinos, que iria arrancar no dia 15 do mesmo mês.

No documento que sustenta a pretensão de proibição, o ISV informava que a partir de 31 de Julho poderiam ser barradas ainda mais importações, agora de rabinho de bovino, cabeça de bovino, coxa, coxa de galinha rija, coxa de peru, coxinha e pescoço de porco, entre outros produtos de grande consumo junto das camadas mais pobres da população, que em termos de impacto levou a um aumento de preço final ao consumidor destes bens. Mas o facto é que a tentativa de travar importações de produtos de elevado consumo com medidas administrativas e proibições tem resultado em vários processos e queixas contra Angola na Organização Mundial do Comércio (OMC).

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