Industriais queixam-se da falta matérias-primas, concorrência, normalização e competitividade
É ideia assente que o desenvolvimento do País depende do sector industrial. É possível um crescimento da indústria sustentável, apostando na produção interna de matérias-primas para a redução das importações. O País oferece oportunidades, mas a burocracia e o mau ambiente de negócios retraem o investimento.
A falta de matérias-primas para alavancar a produção, a concorrência desleal resultante da venda de produtos de baixa qualidade, a ausência de um mercado normalizado e baixa competitividade são dos grandes desafios levantados pelos industriais angolanos presentes na mesa redonda do II Fórum Indústria, realizado em Luanda, na semana passada, sob o lema: "As prioridades para o Desenvolvimento Industrial: Acções e Projectos."
O evento, organizado pelo jornal Expansão, teve um painel de quatro industriais, com o objectivo de debater as acções concretas para um desenvolvimento industrial sustentável e favorável, eliminar barreiras e perspectivar um sector mais desenvolvido com a aposta em quadros nacionais qualificados para a indústria em Angola.
Entre as prioridades e acções imediatas que os industriais gostariam de ver resolvidas estão a concorrência e a integração industrial, isto é, criar cadeias de abastecimento, normalização e competitividade a nível interno e regional e apoio às micro e pequenas empresas. Há quem sugira que os apoios financeiros não podem ser direccionados apenas às grandes unidades industriais, mas também às micro e pequenas empresas.
É a pensar nestes e noutros problemas que o Ministério da Indústria e Comércio está a desenvolver o Plano de Desenvolvimento Industrial 2021-2025, onde foram definidos quatro eixos- base para o sector da indústria e que conta com um orçamento de 120 milhões USD.
O presidente do conselho de administração da General Cable, Rui Pinto, enumera os inúmeros problemas que existem e que obstaculizam o desenvolvimento da actividade industrial em Angola. No caso da sua empresa, que se dedica à produção de cabos eléctricos, os obstáculos são os produtos importados e os financiamentos governo a governo, que criam linhas de crédito que obrigam as empresas a incorporar matéria-prima e trabalhadores do pais financiador nos seus projectos, fenómeno que não gera concorrência leal. muito menos competitividade.
(Leia o artigo integral na edição 668 do Expansão, de sexta-feira, dia 1 de Abril de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)