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Economia

"Acreditamos que a cooperação económica e empresarial pode ser o factor dinamizador das relações entre os dois países"

Visita a Angola de José Maria Neves

As palavras do presidente da Cabo Verde, José Maria Neves, refletem os objectivos da sua visita a Angola, numa delegação onde para além dos ministros e presidentes de algumas instituições públicas, está um grupo de empresários daquele país.

O Chefe de Estado de Cabo Verde, José Maria Neves, defendeu, esta segunda-feira, em Luanda, o fortalecimento dos laços de amizade e de cooperação entre o seu país e Angola, mediante uma parceria estratégica diversificada.

Ao intervir na abertura das conversações oficiais entre os dois países, José Maria Neves disse existir um campo de cooperação mutuamente vantajoso, em prol do desenvolvimento sustentável de Angola e de Cabo Verde.

Salientou que o seu país pretende cooperar com Angola nos sectores dos transportes, comércio, turismo, pescas, agricultura e segurança, assim como almeja estreitar relações nas áreas das finanças, educação, capacitação de recursos humanos, administração pública, tecnologias de informação, energias renováis, saúde e cultura.

"Acreditamos que a cooperação económica e empresarial pode ser o factor dinamizador das relações entre os dois países, através de parcerias nos mais diversos sectores", frisou.

Apontou como benéficas as negociações no domínio dos transportes aéreos, para uma parceria estratégica para a exploração conjunta de destinos, assim como a institucionalização de mecanismos de diálogo entre as agências de investimentos e exportações de Angola e de Cabo Verde, com vista a dinamizar os negócios.

"Creio existirem imensas possibilidades de Cabo Verde aproximar Angola à Africa Ocidental, para negócios nos mais variados domínios", realçou.

O presidente João Lourenço confirmou igualmente que as autoridades dos dois países estão a preparar os documentos, para a assinatura de um acordo no domínio dos transportes aéreo e marítimo, no âmbito do qual a transportadora aérea angolana TAAG vai retomar os seus voos comerciais, entre Angola e Cabo Verde, suspensos devido as consequências da pandemia da Covid-19.

No seu discurso disse ainda que "destaco o facto de Vossa Excelência ter incluído na Sua delegação empresários de vários sectores da economia cabo-verdiana, que com os empresários angolanos poderão criar uma importante dinâmica nas trocas comerciais entre os nossos países, em benefício de ambas as economias. Estou convencido que juntos poderemos trabalhar para a criação de todos os mecanismos e incentivos que encorajem este movimento de empresários que queremos que seja crescente e permanente".

José Maria Neves considerou ainda que Angola é um parceiro importante e que tem contribuído para o desenvolvimento do seu país, e disse que o seu país conta com Angola para continuar o que considerou a missão de desenvolvimento de Cabo Verde e de África. Salientou igualmente que Angola já tem investimentos em Cabo Verde, nos domínios da banca, das telecomunicações e dos combustíveis, adiantando que o seu país está aberto a outras iniciativas.

Em termos de alinhamento na diplomacia internacional, referiu que o seu país considera essencial a revitalização da Organização das Nações Unidas (ONU), passando pela reforma do seu Conselho de Segurança, a fim de conferir maior representatividade dos estados membros na tomada de decisões sobre paz e segurança internacionais.

Destacou também que operacionalização da Zona de Livre Comércio Africana é uma excelente oportunidade para o reforço da integração continental, garantia da recuperação das economias, após a pandemia da Covid-19, e o impulso ao comércio intra-africano, num mercado potencial de mil e 200 milhões de pessoas.

De igual modo, disse acreditar que a melhoria da mobilidade no espaço da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é essencial para o reforço dos laços identitários, económicos, culturais e científicos da organização.

Acrescente-se que o presidente João Lourenço aceitou o convite de José Maria Neves para fazer uma visita oficial a Cabo Verde, tendo referido que "aceito de bom grado realizar esta visita, nas datas que as nossas diplomacias estabelecerem".