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Economia

Consumo na rede multicaixa cresce 13,4% para 4,9 biliões Kz em 2022

DADOS DA EMIS

Apesar dos indicadores que demonstram a evolução no sistema de pagamentos no País, é ainda necessário expandir a utilização de outros serviços modernos para incrementar a literacia financeira, combater a informalidade e aumentar o número de angolanos com acesso a serviços financeiros.

O consumo em compras na rede Multicaixa cresceu 13,4% em 2022 face ao ano anterior. No ano passado, os angolanos pagaram 4,9 biliões Kz em compras com cartões Multicaixa, o que representa um acréscimo de 13,4% face a 2021. Apesar do aumento, ainda está abaixo da inflação registada no mesmo período. que foi de 13,86%. De acordo com os dados da Empresa Interbancária de Serviço (EMIS), só em Dezembro do ano passado foram transaccionados mais de 538 milhões Kz em compras, um aumento de 14% face ao mês homólogo.

Nos quatro canais da rede Multicaixa, foram movimentados um total de 20,8 biliões Kz em 2022, sendo que o canal que mais regista movimentos é a caixa automática ou simplesmente ATM, onde foram transaccionados 8,5 biliões Kz. Também os cartões Multicaixa activos subiram 11,5% face a 2021, para 6,2 milhões em 2022, enquanto os ATM em funcionamento caíram de 3.247 em 2021 para 3.194 em 2022. Os cartões activos por ATM em 2022 chegou aos 1.944, um número que subiu face aos 1.715 de 2021 e aos 1.609 de 2020.

Para o economista Wilson Chimoco, o crescimento no consumo é um bom indicador, sendo que reflecte que as famílias, empresas e o próprio Estado têm vindo a recorrer aos meios de pagamento electrónicos com mais frequência, o que denota que há uma maior confiança e conhecimento, o que é positivo para o desenvolvimento do sistema de pagamentos, incremento da formalização, aprofundamento e segurança do sistema financeiro.

Quanto à queda do número dos ATM em funcionamento, o economista considera que o encerramento de agências bancárias, em decorrência dos ajustamentos que se têm assistido, por um lado, e a estratégia de redução de custos operacionais, por outro lado, não tem ajudado à manutenção dos ATM . "É um processo natural do mercado. Vamos ver se com a recomendação do Banco Nacional de Angola (BNA), para que os bancos sistémicos se expandam para todos os municípios do País, essa realidade se altera", assinala Wilson Chimoco.

O economista defende também que o BNA não deve intervir para lá daquilo que já tem vindo a fazer. "Os bancos têm grandes incentivos financeiros para manter os ATM activos. E se não o fazem deverá ser por outras razões, que não acredito que o BNA venha resolver", ressalva.

Por sua vez, o também economista Mateus Maquiadi destaca que o crescimento do consumo a uma taxa ligeiramente mais baixa do que a inflação já é "bastante positivo" por se tratar de um facto que não se verificava há algum tempo. E acredita que, para 2023, os números podem ser ainda melhores, já que a inflação deve estar entre 9 e 11%, segundo o BNA.

Mateus Maquiadi salienta que os números da EMIS reflectem o crescimento na confiança do consumidor, algo já sinalizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). "Há ainda muitas incertezas quanto a 2023. Eu pessoalmente acho que o crescimento do rácio entre multicaixas e ATM é positivo, sinaliza claramente a evolução do nosso sistema de pagamentos e mostra que mais pessoas estão a migrar para os cartões como meio de pagamento", explica Maquiadi.

(Leia o artigo integral na edição 709 do Expansão, de sexta-feira, dia 27 de Janeiro de 2023, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)