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Economia

Conteúdo local é ainda um grande desafio do sector

Luanda Oil and Gas, Renewable Energy

O mundo vive o dilema histórico e absolutamente inevitável da descarbonização, que se acentua em países produtores de petróleo, e o tema é transversal e tem passado pelo auditório do CCTA, em Luanda

Em Luanda, o auditório principal do CCTA acolhe dezenas de pessoas na sala e com participações virtuais, para discutir o tema do momento que, na verdade, se transformou no dilema do momento. Por um lado, temos a transição energética, e a urgência de energias limpas, e por outro lado temos uma surpreendente procura global dos combustíveis fósseis com os preços a dispararem sem que ninguém o tivesse previsto, especialmente quando se fala de gás natural, cujo preços, na Europa aumentaram 500%. Algo que quase ninguém foi capaz de prever.

A poucos dias da conferência do clima, a COP26 em Glasgow, a conferência Luanda Oil and Gas and Renewable Energy assume uma actualidade muito particular.

A conferência iniciou-se com a intervenção de Patrício Quingongo, CEO da Petroangola, que organiza o evento, que mais não fez do que uma radiografia do sector na perspectiva angolana chamada à atenção para o que ainda é preciso fazer no que tem a ver com o conteúdo local, e como uma é ínfima a parte dos gastos em serviços no sector que fica em Angola. E este tema tem dominado a manhã.

Numa altura em que o petróleo está a ser negociado nos mercados internacionais nos 84 dólares o barril - com uma ligeira queda determinada pelos mercados asiáticos - o petróleo angolano está, por arrasto, com cotações acima dos 80 dólares o barril - Girassol, em 82.81, Dália em 81.13, Nemba 80.88 e Cabinda a 81.93.

Entretanto, chegam a Luanda, ecos de notícias do mundo, e no caso, do sector da aviação, cujos combustíveis são basicamente a partir do petróleo, sendo uma das indústrias mais difíceis de descarbonizar, sendo que é de avião que a maior parte dos líderes mundiais vão chegar a Glasgow. A avião comercial é responsável por 5% do aquecimento global.

E este continua a ser o dilema do mundo e muito de Angola, que como o segundo maior produtor de petróleo do continente africano vive essa questão de forma intensa, eventualmente, muitos dos especialistas presentes nesta conferência sentir-se-ão tentados a apresentar a saída possível para este dilema.