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Economia

Economia entrou em 2024 a crescer 3,6%, o maior "salto" num I trimestre desde 2015

DADOS DO GOVERNO

Trata-se do segundo maior crescimento num trimestre em 10 anos. Ainda não foi publicado o relatório das Contas Nacionais do INE sobre o I trimestre, mas o Governo antecipou-se e revelou dados na execução trimestral.

A economia angolana cresceu 3,6% no I trimestre deste ano, o que faz com que seja a melhor entrada num ano desde 2015, aquele que foi o ano que antecede um ciclo de cinco recessões económicas consecutivas (2016- -2020), de acordo com o relatório de execução orçamental do I trimestre de 2024, publicado no site do Ministério das Finanças.

Depois de, em 2023, a economia nacional ter crescido 0,9%, acima dos 0,44% previstos pelo Governo na reprogramação macroeconómica que fez quando redigiu a proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) abre 2024 a subir acima do crescimento da população. Estes dados, por norma, são avançados no relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE) denominado Contas Nacionais trimestrais, mas desta vez o Executivo antecipou-se à publicação do documento e no relatório sobre a execução do OGE no I trimestre de 2024 revelou este dado.

Neste documento, o Governo não avança com mais informação sobre o que potenciou o crescimento homólogo no I trimestre deste ano face a 2023, mas olhando para a produção de petróleo, que baixou quase 1,0% no período homólogo, parece que a resposta estará no crescimento do sector não petrolífero. Ainda assim, a produção do "ouro negro" atingiu uma média de 1,126 milhões de barris por dia neste trimestre, que está 66.644 barris acima da média inscrita no OGE 2024, que é de 1,060 milhões/dia.

Para 2024, o Governo aponta a um crescimento de 2,8%. As expectativas de crescimento económico nacional são fundamentadas pela combinação entre a contracção estimada de 2,9% para o sector petrolífero, incluindo o gás, e pelo revigoramento do sector não petrolífero na ordem dos 6,0%. Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta a uma expansão do PIB em torno dos 2,6%, enquanto o Banco Mundial aponta a 2,8%, igual à previsão do Governo.

Tratam-se de previsões sobre as quais especialistas começam a levantar dúvidas já que a pressão inflacionista que resulta da diminuição de importações e da subida do preço do gasóleo deverá retirar margem de crescimento à economia. Em Abril, a inflação nacional bateu máximos de sete anos ao atingir os 28,2%, enquanto em Luanda atingiu 38,9%, numa trajectória que deverá manter a tendência de crescimento.

Até o BNA já reviu em alta a previsão de inflação para este ano, apontando agora a 23,4% face aos 19,0% inicialmente previstos, com vários especialistas a afirmarem que o banco central foi demasiado optimista. É isso mesmo que dizem também os analistas do Banco de Fomento Angola (BFA) que, na sua publicação periódica, denominada nota informativa, publicada a semana passada, revela que o aperto de política monetária operado agora pelo BNA poderá ainda ser insuficiente para travar a inflação. "A meta de 23,4% parece- -nos desafiante de atingir até ao final de 2024", refere o documento do BFA, acrescentando: "Como a inflação tem agora mais conforto para continuar a subir, acreditamos que o BNA deve reforçar mais a posição já restritiva da política monetária, aumentando mais ainda as taxas de juro e o coeficiente de reservas obrigatórias".

Só que controlar a inflação por via da política monetária tem os seus efeitos e um deles, talvez o principal, é a queda do crescimento económico.

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