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Economia

Investimento estrangeiro cresceu 34% para 1,7 mil milhões USD nesta legislatura

ERA EDUARDO DOS SANTOS VS. ERA JOÃO LOURENÇO

O Expansão contabilizou o investimento directo estrangeiro em Angola fora do sector petrolífero nas últimas duas legislaturas e apurou que o saldo é favorável a João Lourenço. Mesmo assim, o investimento ainda é curto para as necessidades de um país em que só cerca de 2 milhões de pessoas têm emprego formal.

Angola captou 1.716,5 milhões USD em investimento directo estrangeiro fora do sector petrolífero durante a era de João Lourenço, o que representa um aumento de 34% face aos 1.282,0 milhões USD de investimento estrangeiro que entraram no País durante a última legislatura de José Eduardo dos Santos, de acordo com cálculos do Expansão.

Nesta análise, o Expansão fez as contas com base nos relatórios trimestrais de estatísticas externas do BNA, utilizando os seguintes critérios: para o mandato de Eduardo dos Santos foi contabilizado o investimento directo estrangeiro fora do sector petrolífero entre o IV trimestre de 2012 e o III trimestre de 2017, período em que terminou o seu mandato. Já para João Lourenço, o Expansão contabilizou o investimento estrangeiro a partir do IV trimestre de 2017 até ao III trimestre de 2021, que são os últimos dados disponíveis no BNA.

Assim, contas feitas, no último mandato de José Eduardo dos Santos, Angola captou 1.282,0 milhões USD, enquanto no de Lourenço, quando ainda faltavam quatro trimestres para o fim do seu mandato, o país captou 1.716,5 milhões USD, ou seja mais 34%.

Ainda assim, para os especialistas, estes números estão muito aquém das necessidades do País, já que entre 32 milhões de habitantes, apenas cerca de 2 milhões têm empregos formais, enquanto 8 milhões vivem de biscates na informalidade para conseguir sobreviver. "Claro que estes dados são um sinal positivo. Contudo, considero esses números baixos e incapazes de substituir o que se perde com a quebra de investimento no sector do petróleo", admite Fernandes Wanda, investigador da Universidade Agostinho Neto.

Olhando para os dados do BNA, efectivamente há uma quebra brutal no investimento directo estrangeiro no sector do petróleo. Longe vão os tempos em que as petrolíferas investiam fortemente no país, como em 2016, ano em que investiram 16.388 milhões USD.

De lá para cá, esse investimento caiu para 6.197 milhões em 2020, sendo esta a principal causa do declínio da produção em Angola, em que nos últimos anos se passou de uma produção média diária de 1,7 milhões de barris para pouco mais de 1,1 milhões/dia.

(Leia o artigo integral na edição 657 do Expansão, de sexta-feira, dia 14 de Janeiro de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)