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Economia

Kwanza continua a cair mas abranda ritmo de depreciação face às principais divisas

DÓLAR "ESTACIONA" NOS 823 KZ HÁ UMA SEMANA

As trocas de dólares por kwanzas actualmente estão a ser feitas maioritariamente pelas petrolíferas, que têm trocado a moeda norte-americana pelas propostas mais altas.

O Kwanza continua a depreciar, mas a um a um ritmo inferior quando comparado ao mês de Junho. A taxa de câmbio para o dólar estacionou nos 823 Kz já há uma semana, quebrando o ritmo acelerado de depreciação da moeda nacional face à moeda norte-americana.

Nesta quarta-feira 12, a taxa de câmbio média no BNA de uma nota de 1 dólar era de 823,9 Kz, enquanto na quarta-feira da semana passada o dólar estava a ser negociado a uma taxa média de 823,1 Kz, o que representa uma depreciação de 0,1% em uma semana. Ainda assim, desde o início do ano o Kwanza já caiu 38,9%, colocando Angola como a segunda economia que mais depreciou face ao dólar desde o início do ano, ficando apenas atrás da Nigéria. Quanto ao euro, a moeda nacional voltou a depreciar depois de verificar um recuo na semana passada.

Nesta quarta-feira, 1 euro valia 913,2Kz enquanto há uma semana custava 895,7 Kz, o que representa uma queda de 2%. Se considerarmos a variação da moeda nacional desde o princípio do ano, o kwanza caiu cerca de 41% face euro. Entretanto, é fundamental que o Kwanza possa voltar a equilibrar o seu valor cambial, sabe-se que este não é o valor real da moeda nacional, mas também ninguém espera que no curto e médio prazo possa voltar aos valores do início do ano. De acordo com a opinião de vários especialistas ouvidos pelo Expansão, um valor para o dólar à volta dos 750 kz e para o Euro de 830 Kz podem ser atingidos até ao final do ano, se não houver uma alteração radical das condições actuais.

O que define o valor da moeda nacional é a relação entre a oferta e a procura, pelo que a quebra de receitas de petróleo devido à descida dos preços do crude nos mercados internacionais, bem como o pagamento de dívida externa pelo Estado e as necessidades de importações de combustíveis estão na base da forte desvalorização cambial verificada no último mês. Na prática, cumpre-se na taxa de câmbio as regras de mercado, ou seja, quando a procura é superior à oferta, o kwanza deprecia face ao dólar.

A queda kwanza surgiu quando subitamente o Ministério das Finanças, através do Tesouro Nacional, se ausentou da plataforma Bloomberg FXGO e não informou o mercado sobre quando serão as próximas vendas, o que acaba por contribuir para um ciclo de depreciação ou especulação da moeda nacional.

Ao que o Expansão apurou, as trocas de dólares por kwanzas actualmente estão a ser feitas apenas pelas petrolíferas que têm trocado a moeda norte-americana pelas propostas mais altas, o que contribuiu para a depreciação da moeda do Kwanza. No entanto, para minimizar a crise no mercado cambial o BNA tomou algumas medidas, obrigando que a partir do dia 01 de Agosto, as petrolíferas e diamantíferas deixem de vender moeda estrangeira directamente aos grandes bancos, passando a dispersar as divisas no mercado cambial.

A ideia é fazer com que as petrolíferas e diamantíferas dispersem a oferta de moeda estrangeira, que tem estado concentrada apenas em grandes bancos, o que tem colocado pressão nos pequenos operadores que, mesmo dentro do mercado, não conseguem captar divisas destas instituições, sendo obrigadas a recorrer aos bancos correntes que vendem a um preço mais elevado.