BAI,Caixa Angola, ENSA e BODIVA vão pagar 106,9 milhões USD em dividendos
O BAI viu os lucros caírem 25% para 151,0 mil milhões Kz, mas é a empresa que mais vai distribuir dividendos, enquanto a BODIVA é a que menos dinheiro distribui. Caixa Angola vai pagar 49% dos lucros aos accionistas. ENSA é a que mais cresceu. As "estrelas" da bolsa têm assembleias agendadas, nas quais os accionistas vão deliberar sobre a proposta de distribuição de resultados.
As quatro empresas angolanas cotadas em bolsa pretendem distribuir dividendos aos accionistas num total de 97,5 mil milhões Kz, equivalentes a cerca 106,9 milhões USD. Contas feitas, vão distribuir menos 3,5 mil milhões Kz face ao exercício económico anterior, segundo cálculos dos Expansão com base nas informações disponíveis aos investidores. Tratam-se dos bancos BAI e Caixa Angola (BCGA), da seguradora ENSA e da BODIVA, as únicas empresas que dinamizam o mercado de acções.
Ainda assim, a última palavra sobre a proporção de distribuição dos dividendos é dos accionistas com direito de voto, que se devem reunir até 10 de Abril.
Apesar dos resultados líquidos caírem 25% para 151,0 mil milhões Kz em 2024, o BAI é a empresa que mais vai distribuir dividendos. O Conselho de Administração do maior banco em activos propõe aos accionistas a distribuição de dividendos na ordem dos 68,0 mil milhões Kz este ano, o equivalente a 45% dos lucros registados no ano passado, menos 11,9 mil milhões Kz do que no exercício anterior. Assim, a queda dos dividendos a serem distribuídos pelo BAI levou o total de dividendos da bolsa para baixo, já que representam 70% do total previsto pelas quatro empresas para este.
Caso os accionistas confirmem, o BAI vai pagar 3.495 Kz por cada uma das 19.450.000 acções em circulação, o que representa uma queda de 19% face aos 4.292 Kz distribuídos no exercício anterior.
Com agenda marca para o dia 26 de Março, o banco liderado por Luís Lélis propõe aos accionistas aplicar os resultados de 2024 na seguinte forma: 15,1 mil milhões (15%) para reservas legais, 68,0 mil milhões (45%) para reservas livres e igualmente 68,0 mil milhões para dividendos.
Quem também se deverá reunir em Assembleia Geral até 31 de Março, tal como obriga o banco central, são os accionistas do Caixa Angola (BCGA), cujas acções foram admitidas a negociação em bolsa a 29 de Setembro de 2023, para entre outros assuntos deliberar sobre a proposta de distribuição de resultados.
O Conselho de Administração do banco de origem portuguesa apresenta dividendos na ordem dos 24,6 mil milhões Kz, mais 6,6 mil milhões Kz face aos que distribuíram no ano passado relativos a 2023. Os dividendos a serem distribuídos pelo Caixa Angola representam 49% dos 50,1 mil milhões de lucros contabilizados no ano passado. Assim, por cada acção, o banco vai pagar cerca de 1.228 Kz, o que representa um aumento de 37% face ao ano anterior.
Curiosamente, a proposta de distribuição de resultados do Conselho de Administração do Caixa Angola é igual àquela que levou à Assembleia Geral do ano passado, em que o banco registou um lucro de 36,6 mil milhões Kz e se propôs a distribuir em lucros 49% do total, tal como agora volta a propor.
Já a ENSA parece estar mais animada. A maior seguradora do sistema financeiro, que viu os lucros crescerem 52% para 8,1 mil milhões Kz, vai distribuir 54% dos resultados para remunerar os accionistas.
Contas feitas, e caso assim seja decidido na assembleia geral que se realiza a 10 de Abril, a ENSA vai pagar 1.812 Kz por acção, resultante da distribuição de 4,3 mil milhões Kz que a administração da maior seguradora do sistema financeiro vai pagar aos accionistas. Este valor representa um crescimento de 106% face aos 2,1 mil milhões de dividendos distribuídos em 2024, ou seja, o valor mais do que duplicou.
Quanto ao remanescente do resultado líquido, vai ser incorporado nas reservas livres num total de 3,2 mil milhões Kz (22%) e nos resultados transitados em cerca de 546,1 milhões Kz (6,78%).
Com apenas três meses na bolsa, a Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA), é a sociedade com a proposta de distribuição de dividendo mais baixa entre as quatro cotadas em bolsa, já que o lucro caiu 57% para 1,3 mil milhões Kz. A instituição agora liderada por Cristina Lourenço em substituição de Walter Pacheco vai distribuir 583,8 milhões Kz aos accionistas, menos 494,4 milhões Kz face ao exercício de 2024. Assim, a gestora da bolsa vai pagar um dividendo por acção na ordem dos 973 Kz.
Leia o artigo integral na edição 818 do Expansão, de sexta-feira, dia 21 de Março de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)