Empresas africanas representam 78% das ofertas por blocos do Kwanza e Congo
Depois das 13 empresas angolanas, a maior participação foi da Nigéria, de onde vieram quatro empresas. Foram apresentadas 52 ofertas contra as 45 das licitações de 2020. Empresas passaram de 15 em 2020 para as actuais 22.
As empresas africanas lideraram a participação na licitação de 12 blocos onshore nas bacias do Kwanza e do Baixo Congo, tendo representado 78% das empresas que submeteram propostas para os blocos da quarta licitação organizada pela Agência de Petróleo Gás e Biocombustíveis (ANPG).
De um total de 22 participantes, 55% são empresas angolanas, 18% da Nigéria, 9% do Reino Unido, seguidos da Guiné Conacry, e dos paraísos fiscais da Ilha de Jersey e Dubai, cada um com 5%.
Da Nigéria vieram o maior número de empresas fora de Angola, nomeadamente a Index Petrolube, a Transoceanic Group, a Walcot Group e a Wazwimi Energy. Já da Guiné Conacry participaram a Kebo Energy, enquanto da Europa vieram as britânicas Afentra, a Corcel e a Sirinus Energy da offshore Ilha de Jersey. Da América veio a canadiana Ace Consultants e do Médio Oriente o Inthank Group.
Pela segunda vez o domínio foi das angolanas com as veteranas e as três unicas empresas angolanas operadoras de petróleo, Sonangol, Etu Energias e a ACREP a marcarem presença. Houve espaço para o regresso da Simples Oil, da Tusker Energy e da Monka Oil, que participaram nas licitações de 2020. Também houve espaço para empresas angolanas estreantes como a Soconinfa, a Enagol, a Gesp Energy, a Effimax Energy e a 5c Oil and Gas.
Apesar de ter se suavizado o valor de bónus para entrar nos blocos de 1 milhão USD para 75 mil dólares, a competitividade forçou as empresas a oferecer montantes altos para ficar com blocos, sendo que houve empresas a oferecer um milhão de dólares por bloco.
Até 31 de Dezembro decorrerá o período de análise das propostas, segue-se a divulgação dos resultados prevista para 22 de Janeiro. E até 25 de março de 2024 decorre o processo de negociação e assinatura dos contratos que marca a entrega oficial dos blocos.
Uma das inovações é que houve empresas a oferecer-se para concluir a aquisição de sísmica 1 ano depois de receber o bloco e a perfuração de um poço no ano seguinte, perfazendo um total de 2 anos. Tratam-se de propostas de trabalho e prazos mais curtos que os habituais 5 anos. Facto que a ser adoptado poderá efectivamente dinamizar a exploração nos blocos do onshore do Kwanza e do Baixo Congo.
De num total de 12 blocos licitados apenas três localizados na Bacia do Kwanza não receberam qualquer oferta são eles: o KON1, KON3 e o KON14.
Os blocos mais e menos procurados
O Bloco KON15 é o que mais ofertas recebeu estamos a falar de 13 empresas a interessadas por se tratar de um bloco cujas condições geológicas indicam maior probabilidade de existência de petróleo. É um dos blocos com mais dados disponíveis e inclusive já foram feitos dois poços de exploração pela empresa Sinclair. Este e outros factores levaram que mais de metade das empresas participantes manifestassem interesse em entrar para o bloco das quais 10 querem ser operadoras. Tratam-se das angolanas Sonangol, da ACREP, da Simples Oil, da Tusker Energy e da 5C Oil and Gas. Para o bloco mais cobiçado das licitações concorreram as estrangeiras Kebo Energy, a Transoceanic Group, a Serinus Energy , a Afentra, a Corcel e a Inthank group.
O segundo Bloco mais cobiçado é o CON 8 na bacia do Baixo Congo, que igualmente possui elevada probabilidade de existência de petróleo. Aliás, já existe um poço perfurado em 1969, o Quinzau 1. Dez empresas apresentaram ofertas e 4 manisfestaram interesse em ser operadoras.