Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

África

África enfrenta escassez de combustível e preços do gasóleo e gasolina disparam

POUCA APOSTA EM REFINARIAS DEIXA CONTINENTE À MERCÊ DAS SOBRAS

Continente enfrenta a pior crise de abastecimento de combustível refinado em 40 anos. África produz cerca de 8% do petróleo bruto mundial, mas falta de capacidade de refinação mantém o continente refém das importações.

Na África do Sul, os motoristas queixam-se dos preços recorde dos combustíveis. Na Nigéria, as filas nos postos de abastecimento tornaram-se comuns. No Burundi, os condutores chegam a pernoitar nas estações de serviço para garantir que conseguem abastecer o depósito. No Senegal, os aviões da Air France que ligam Paris a Dakar fazem escala na ilha espanhola das Canárias para abastecer. E nos Camarões milhares de camiões ficaram na estrada por falta de gasóleo.

O retrato que chega das agências internacionais documenta as dificuldades provocadas pela escassez de combustível em África, que enfrenta a pior crise de abastecimento em 40 anos, segundo Pierre Barbe, chefe para África da Vitol, o maior comerciante independente de petróleo do mundo. Cenário que põe em evidência as consequências da pouca aposta na construção de refinarias.

África produz cerca de 8% do petróleo bruto mundial, mas a falta de capacidade de refinação mantém o continente refém das importações, testemunha Anibor Kragha, secretário executivo da Associação Africana de Refinadores e Distribuidores (ARDA), ao Financial Times. Por isso, África é o continente mais atingido pela turbulência nos mercados internacionais, desencadeada pela guerra na Ucrânia, e pelo embargo europeu ao petróleo russo.

"Os fornecedores europeus que tradicionalmente têm sido fonte chave das importações de produtos petrolíferos para África tiveram de desviar grande parte da sua oferta para satisfazer a procura dos mercados europeus, uma vez que os produtos petrolíferos fornecidos pela Rússia [que forneciam metade da procura europeia antes da guerra] tornaram-se indisponíveis", explicou Kragha.

(Leia o artigo integral na edição 678 do Expansão, de sexta-feira, dia 10 de Junho de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)