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África

China no comité de credores para reestruturar dívida da Zâmbia

CHINA DETÉM DOIS TERÇOS DA DÍVIDA NEGOCIADA AO ABRIGO DO QUADRO COMUM

A decisão anunciada por Kristalina Georgieva, durante as reuniões da Primavera, dá um empurrão ao processo de reestruturação da dívida, supervisionado pelo FMI, e cria as condições para a aprovação de um programa de três anos, financiado em 1,4 mil milhões USD pelo fundo. China passará a co-presidir ao comité de credores.

"China a bordo para ajudar a Zâmbia a reestruturar a dívida", titula o jornal Lusaka Times, segunda-feira, 25, após o Presidente Hakainde Hichilema agradecer a Pequim por a China se ter juntado ao comité de credores, grupo internacional formado para ajudar a fornecer fundos adicionais ao país, enquanto decorre o processo de reestruturação da sua dívida, avaliada em 32 mil milhões USD. "Obrigada à China por aderir ao Quadro Comum", afirmou Hichilema, em conferência de imprensa, em Lusaka.

Quatro dias antes, a directora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, antecipara o anúncio há muito esperado. A China concordou em juntar-se ao comité de credores da Zâmbia, que passará a ser co-presidido pelo governador do Banco Popular da China, Ya Gang, como assinala a imprensa internacional. A China detém 5,8 mil milhões USD da dívida zambiana, enquanto o FMI e outras agências internacionais detêm colectivamente 2,1 mil milhões USD.

No total, a dívida da Zâmbia está avaliada em 32 mil milhões USD, montante substancialmente superior ao PIB de cerca de 25 mil milhões USD, segundo o The National Interest, revista de relações internacionais publicada pelo Center for the National Interest, um think thank norte-americano. O processo de reestruturação da dívida da Zâmbia está a ser supervisionado pelo Fundo Monetário Internacional, que tem ajudado a implementar as reformas económicas necessárias para dar confiança aos credores e para permitir que o país volte a ter acesso a financiamento multilateral, em moldes idênticos ao que programa negociado com Angola.

Durante uma reunião com o ministro das Finanças zambiano, Situmbeko Musokotwane, e o governador do Banco Central da Zâmbia, Denny Kalyalya, a directora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, assinalou "progressos impressionantes" nas reformas desenvolvidas. "Partilhamos a esperança de um rápido progresso na reestruturação da dívida da Zâmbia para que o Conselho de Administração do FMI possa, em breve, considerar o programa das autoridades", escreveu Georgieva no Twitter, dando um sinal claro da abertura para aprovar o programa de três anos, no valor de 1,4 mil milhões USD, negociado em 2021 e cuja aprovação dependente da reestruturação da dívida.

(Leia o artigo integral na edição 672 do Expansão, de sexta-feira, dia 29 de Abril de 2022, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)