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África

Reino Unido coloca seis países africanos na lista vermelha

Variante B.1.1.529

África do Sul, Botswana, Namíbia, Zimbabué, Lesoto e Eswatini entraram de novo uma lista vermelha das viagens para o Reino Unido devido a uma nova variante do coronavírus. O rand sul-africano caiu 1,3% relativamente ao dólar como reflexo das novas restrições

A variante B.1.1.529 do coronavírus é tida como uma das mais preocupantes de todas aquelas que foram até agora identificadas pelos cientistas e está a espalhar-se rapidamente em vários países da África Austral, e de forma ainda mais inquietante na África do Sul.

Os viajantes com origem na África do Sul, Botswana, Namíbia, Zimbábue, Lesoto e Eswatini (Suazilândia) têm de ficar em quarentena institucional, de 10 dias, em instalações do governo britânico, e os voos directos para o Reino Unido a partir destes seis países estão proibidos a partir do meio-dia desta sexta-feira, até se assegurarem as condições para que as quarentenas possam ser feitas em hotéis, o que deverá acontecer a partir de domingo.

As novas restrições de viagens do Reino Unido fizeram com que o rand sul-africano caísse 1,3% em relação ao dólar, assinalando o valor mais baixo da moeda sul-africana neste ano. E o Ministério das Relações Exteriores já contestou aquilo a que chama uma precipitação das autoridades britânicas.

Há uma crescente preocupação dos cientistas sobre a capacidade da variante B.1.1.529 Sars-Cov-2 de escapar das vacinas e disseminar-se ainda mais rápido do que a variante Delta. Acredita-se que a variante, identificada pela primeira vez no Botswana, esteja por trás do ressurgimento acentuado dos casos de Covid na África do Sul na semana passada.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) convocou uma reunião de emergência para esta sexta-feira, dia 26, para discutir a nova variante.

Israel também proibiu viajantes vindos da África do Sul e de países vizinhos, informou o Haaretz, e fê-lo ontem, quinta-feira, dia 25.

Hong Kong anunciou o registo dois casos da variante B.1.1.529 após a análise de sequenciamento do genoma, os casos dizem respeito a dois viajantes que chegaram ao território, um vindo da África do Sul e outro do Canadá mas que esteve hospedado num quarto de hotel no mesmo andar do viajante da África do Sul.

As autoridades de Hong Kong determinaram que os outros 12 hóspedes daquele piso permaneçam mais duas semanas em quarentena, mas agora em instalações sanitárias da responsabilidade do governo do território.

O Ministério das Relações Exteriores da África do Sul acusou o Reino Unido de se apressar em proibir viagens do país antes mesmo que a nova variante fosse devidamente avaliada. "Embora a África do Sul respeite o direito de todos os países de tomar as medidas de precaução necessárias para proteger seus cidadãos, a decisão do Reino Unido de proibir temporariamente os sul-africanos de entrar no território parece ter sido precipitada, já que até mesmo a Organização Mundial da Saúde ainda não informou sobre os próximos passos", disse o Ministério em comunicado.

"Nossa preocupação imediata são os danos que esta decisão causará tanto à indústria de turismo quanto às empresas de ambos os países", acrescentou Naledi Pandor, o ministro das Relações Exteriores da África do Sul.

Dados ainda não confirmados indicam que está a espalhar-se mais rápido do que se pensava na África do Sul, onde a taxa de testes com resultados positivos aumentou nas últimas semanas.

E as autoridades locais de saúde já admitiram que 90% dos 1.100 novos casos registados esta quarta-feira, dia 24, na região sul-africana de Gauteng, que inclui Joanesburgo, foram causados pela nova variante.