Amante de capitão do Costa Concórdia diz que estava na ponte durante o acidente
A moldava Domnica Cemortan confirmou hoje em tribunal ter sido amante do capitão do navio Costa Concórdia, que naufragou em janeiro de 2012 ao largo de Itália, e que se encontrava com ele na ponte no momento do acidente.
Sim, tive uma relação com Francesco Schettino mas desde o naufrágio nunca mais o vi, afirmou a jovem dançarina moldava perante o tribunal de Grosseto, onde decorre o julgamento do capitão, acusado de homicídio por negligência e abandono do navio.
Relatando o desenrolar da noite do acidente, a ex-amante do capitão referiu que os dois jantaram juntos e na altura da sobremesa subiram para a ponte de comando para seguir a aproximação à ilha de Giglio.
Tudo parecia normal. Eu não vi nada porque estava escuro. A certa altura um oficial enganou-se na execução de uma ordem. Ele (Schettino) criticou-o e repetiu a ordem. Depois de alguns minutos aconteceu o que aconteceu. Eu não senti o impacto mas vi as luzes de emergência a acender, afirmou.
Na noite de 13 de janeiro de 2013 o navio de cruzeiros Costa Concórdia navegava junto da costa da ilha de Giglio quando embateu nas rochas, acabando por naufragar e causando 39 mortos e dois desaparecidos.
Entre passageiros e tripulantes, oriundos de 70 países, encontravam-se a bordo 4.229 pessoas.
Schettino é acusado de navegar demasiado depressa e demasiado perto da ilha de Giglio, ao largo da Toscânia, numa manobra arriscada para impressionar os passageiros com uma saudação aos residentes na ilha.
O navio foi endireitado em setembro passado, vinte meses depois do acidente
Schettino, que recebeu na imprensa tabloide a alcunha de capitão cobarde por ter aparentemente seguido para a costa quando ainda havia passageiros por salvar, pode ser condenado a 20 anos de prisão.