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Mercado dos carros eléctricos "explode" na China com mais de 130 marcas

TOYOTA ANUNCIA CONSTRUÇÃO DE FÁBRICA DE CARROS ELÉCTRICOS EM XANGAI

O investimento da Toyota é anunciado, um mês depois de o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, prometer que a China irá abrir mais sectores da economia ao investimento estrangeiro.

As estradas de Pequim e de Xangai, a capital económica da China, testemunham o boom no mercado de veículos eléctricos, que, aos poucos, vão substituindo os carros a combustão na China, como testemunhou a delegação de jornalistas angolanos que visitou o país, há uma semana, a convite da Embaixada da China em Luanda. A delegação integrou profissionais do Expansão, Jornal de Angola, TPA, TV Girassol e Valor Económico.

Em 2025, o país espera aumentar as vendas de carros eléctricos em cerca de 20%, chegando a mais de 12 milhões de unidades, de acordo com estimativas fornecidas ao Financial Times por quatro bancos de investimento e grupos de pesquisa, o que representa mais do dobro dos 5,9 milhões de veículos vendidos em 2022.

Quem circula por Pequim e Xangai apercebe-se da "explosão" do mercado dos veículos eléctricos e do desenvolvimento da indústria automóvel chinesa, que conta hoje com mais de 130 marcas de veículos eléctricos, embora a maioria ainda não dê lucro. Este crescimento é impulsionado pela crescente aceitação dos veículos eléctricos, pela expansão da oferta de modelos e pelas políticas de incentivo do governo chinês, refere a imprensa da especialidade

Para Roberto Liew, director de pesquisa em energia renovável na Wood Mackenzie, o "marco da China no sector dos eléctricos reflecte o sucesso do país no desenvolvimento da tecnologia e na criação de cadeias globais de suprimento para recursos críticos necessários" para este tipo de veículos e as suas baterias. "A escala da indústria resultou em reduções acentuadas nos custos de fabricação e preços mais baixos para os consumidores", acrescenta Liew ao Financial Times.

A guerra comercial dos EUA à China, país a quem a Casa Branca aplicou as tarifas mais elevadas, não assustou os fabricantes mundiais. A japonesa Toyota assinou, terça-feira, dia 22, um acordo de cooperação com o governo municipal de Xangai para a construção de uma nova fábrica de veículos eléctricos, totalmente detida por capital estrangeiro. O projeto de 14,2 mil milhões de yuan (1,9 mil milhões USD) incluirá investigação e desenvolvimento, fabrico e venda de veículos elétricos e híbridos, e produzirá modelos da marca topo de gama Lexus. Esta é a segunda fábrica de automóveis totalmente detida por capital estrangeiro a ser estabelecida na China, após a abertura, da "gigafábrica" da norte-americana Tesla, também em Xangai.

O investimento da Toyota é anunciado um mês depois de o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, prometer que a China irá abrir mais sectores da economia ao investimento estrangeiro e "proteger os direitos e interesses legítimos de todas as empresas".

"Estamos preparados para choques inesperados, que, claro, vêm sobretudo do estrangeiro. O Governo chinês terá políticas em vigor para garantir o bom funcionamento da sua economia", disse Li, semanas antes de a guerra comercial dos EUA à China escalar, com a imposição de tarifas a começar nos 34%, subindo gradualmente até aos 145%.

Esta terça-feira, o Wall Street Journal, citando um alto funcionário da Casa Branca, noticiou que os EUA estão a considerar reduzir as tarifas sobre as importações chinesas para uma janela entre 50% e 65%. O anunciado "recuo" da Casa Branca fez disparar as acções , reflectindo "o alívio de Wall Street, no meio das esperanças de uma saída da batalha comercial de semanas com a China", segundo a imprensa norte-americana.

Na terça-feira, dia 15 de Maio, numa breve conversa com a delegação de jornalistas angolanos, no final da conferência de imprensa aos órgãos estrangeiros, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, afirmou que a China "não recuará, nem negociará tarifas com os EUA" nesta guerra "irresponsável" que provocou um "sismo no mercado global".

Segundo Jian, a China "continuará a procurar unir forças em vez de dar murros, remover barreiras em vez de erguer muros e promover a conectividade em vez da dissociação".

Leia o artigo integral na edição 823 do Expansão, de quinta-feira, dia 25 de Abril de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

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