Saltar para conteúdo da página

Logo Jornal EXPANSÃO

EXPANSÃO - Página Inicial

Mundo

Trump não se pode dar ao luxo de ignorar os países africanos

DEFENDEM VÁRIOS ESPECIALISTAS

Como Donald Trump pretende "reforçar a posição global da América, especialmente em regiões ricas em energia como África, espera-se que as suas políticas criem novas oportunidades para os investidores americanos nas indústrias de petróleo, gás e energia do continente", refere uma análise da World Oil.

Apesar da agenda "América em primeiro lugar" de Trump, África é importante e os Estados Unidos não se podem dar ao luxo de ignorar o continente", defende Mvemba Phezo Dizolele, director do Programa África do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), um think tank sedeado em Washington, que tem procurado analisar as relações dos EUA com o continente durante a segunda Administração Trump.

Embora o papel de África no panorama mundial continue a expandir-se, como frisou Dizolele, Donald Trump não contou com nenhum líder político africano na sua tomada de posse (um facto que, por si só, não revela nada, tendo em conta que Trump preferiu rodear-se da elite empresarial, sobretudo os "oligarcas tecnológicos", como os caracterizou Joe Biden, em vez de líderes políticos) e África também esteve ausente dos discursos e da enxurrada de ordens executivas que assinou, primeiro na Capital One

Arena (onde decorreu a tomada de posse) e depois na Sala Oval da Casa Branca. A única presença africana de relevo na tomada de posse, o acontecimento com mais atenção mediática e política dos últimos anos, resumiu-se a alguns empresários e ao homem mais rico do mundo, Elon Musk, que nasceu na África do Sul, mas tem nacionalidade americana, a quem o Presidente dos EUA confiou a chefia do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), para reduzir custos na Administração. Uma nomeação que gerou várias queixas, minutos após a tomada de posse.

A queixa do National Security Counselors, um escritório de advocacia de interesse público, invoca a violação de uma lei de 1972, que diz que para o DOGE ser um comité consultivo federal tem de obedecer a "regras de transparência, contratação e outras práticas".

Requisitos que o Departamento de Eficiência Governamental não cumpriu, além da evidente promiscuidade entre o interesse público e os negócios de Elon Musk. Os promotores da acção alegam que a "Casa Branca deve ser impedida de implementar qualquer recomendação dada pelo departamento e pede a proibição de todos os membros de realizar quaisquer acções oficiais até que cumpra a lei de comités consultivos".

O DOGE, que já opera nos escritórios da SpaceX, de Musk, em Washington, terá um escritório no edifício Eisenhower Executive Office, dentro do complexo da Casa Branca.

Suspensão da ajuda externa para avaliação

Entre as ordens executivas assinadas por Donald Trump, após ter revogado 78 ordens executivas do seu antecessor, Joe Biden, as que poderão ter impacto imediato no continente africano são a que suspende a ajuda externa norte-americana durante 90 dias, enquanto se aguarda uma revisão para avaliar se estes programas estão alinhados com os objectivos políticos da sua administração, e a que decreta expulsões em massa de imigrantes, medida que é receada por países com uma forte diáspora nos EUA, como é o caso da Nigéria.

A ameaça de tarifas poderá ter repercussões em países, como África do Sul, com quem os EUA têm trocas comerciais expressivas, mas não deverá impactar em muitas economias africanas. Já a decisão de sair da Organização Mundial de Saúde atrasará os esforços de erradicação de doenças com forte incidência no continente, como são os casos da varíola e poliomielite, como sublinhou o porta-voz da OMS, Tark Jasarevic.

Leia o artigo integral na edição 810 do Expansão, de sexta-feira, dia 24 de Janeiro de 2025, em papel ou versão digital com pagamento em kwanzas. Saiba mais aqui)

Logo Jornal EXPANSÃO Newsletter gratuita
Edição da Semana

Receba diariamente por email as principais notícias de Angola e do Mundo