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Banco Central Europeu prepara-se para começar a descer as taxas de juro

pela primeira vez em quase cinco anos

A reunião de Junho tem gerado expectativa no mercado pela perspectiva de corte de juros após seis encontros do BCE sem mexidas que deixaram as taxas de referência em máximos absolutos na história da moeda única

O Banco Central Europeu (BCE) deverá anunciar esta quinta-feira o primeiro corte das taxas de juro da Zona Euro desde 2019, respondendo à tendência de alívio da inflação desde que atingiu um máximo histórico em outubro de 2022.

A decisão é altamente expectável e será histórica por diversos motivos, desde logo por ser a primeira vez que o BCE se antecipa à Reserva Federal norte-americana (Fed) no corte de juros e inicia um ciclo de alívio de política monetária sem a economia da Zona Euro estar em recessão, ou a caminho dessa evolução negativa.

"Salvo surpresas de última hora, o BCE vai baixar as suas taxas de juro em 25 pontos base, numa decisão largamente descontada pelos analistas e pelos mercados financeiros e que, a julgar pelas declarações, conta com o consenso de todo o Conselho de Governadores", refere uma nota do BPI enviada à Lusa.

"Este corte é apoiado por uma moderação forte e sustentada da inflação nos últimos trimestres, pela confiança de que esta continuará a descer no futuro e pela constatação de que o endurecimento monetário está a ser fortemente transmitido, tem arrefecido a economia e atenuado os efeitos de segunda ordem", acrescenta o texto.

A reunião de Junho tem gerado expectativa no mercado pela perspectiva de corte de juros após seis encontros do BCE sem mexidas que deixaram as taxas de referência em máximos absolutos na história da moeda única. Se os investidores já vinham antecipando uma redução, os comentários recentes de Philip Lane, economista-chefe do banco, e outros membros do Conselho de Governadores praticamente cimentaram essa possibilidade.

Lane afirmou no início da semana crer ser adequado começar a "remover o nível superior de restrição" da política monetária europeia, declarações vistas como uma confirmação implícita de um corte já em junho. Na mesma linha, Isabel Schnabel, membro da direção executiva do banco e uma das suas vozes mais hawkish, pedia cautela após Junho, admitindo uma descida nesse mês.

O BCE desceu os juros pela última vez em setembro de 2019, quando colocou a taxa dos depósitos em -0,5%. Os juros ficaram em mínimos históricos até julho de 2022, seguindo-se depois 10 agravamentos consecutivos em pouco mais de um ano, num total de 450 pontos base.

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