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Biden lembra a Putin que haverá sanções económicas se a Rússia insistir em concentrar tropas na fronteira com a Ucrânia

Duas horas de conversa por videoconferência

Os dois presidentes tiveram a anunciada conversa por videoconferência que demorou cerca de duas horas, a Ucrânia dominou a conversa mas ainda houve tempo para falar de cibersegurança e do programa nuclear do Irão

"Saudações, Sr. Presidente!" disse Putin nos momentos iniciais da ligação, o som e a imagem foram divulgadas pela televisão estatal russa. Nas mesmas imagens temos que Biden liga o microfone e responde: "Muito em vê-lo de novo", e acrescentou, "infelizmente, não nos vimos nos G20 (em Roma, em Outubro passado). Espero que da próxima vez que nos encontremos o façamos pessoalmente". E a conversa prosseguiu mas por agora não há mais som e imagem do que foi dito. Biden em Washington e Putin em Sochi, a sua residência no Mar Negro.

De acordo com a Casa Branca, o Presidente dos Estados Unidos lembrou ao seu homólogo russo que haverá sanções económicas se a Rússia continuar a aumentar a presença miliar na fronteira com a Ucrânia. Por agora o esforço é diplomático, mas o receio de uma invasão da Ucrânia não se dissipou, e menos ainda no terreno.

"O Presidente Biden expressou as profundas preocupações dos Estados Unidos e de nossos aliados europeus sobre a escalada da presença miliar russas na fronteira da Ucrânia e deixou claro que os Estados Unidos e nossos aliados responderiam com fortes medidas económicas e outras em caso de conflito militar", de acordo com o mesmo comunicado. "O presidente Biden reiterou o seu apoio à soberania e integridade territorial da Ucrânia e pediu a redução da escalada militar e um retorno à diplomacia."

Os dois começaram a conversa por vídeoconferência às 10h07, de acordo com a Casa Branca, e terminou às 12h08.

Houve ainda outros temas, a segurança cibernética e o programa nuclear iraniano.

A questão ucraniana continua em cima da mesa, Putin diz que a expansão para leste da NATO e o seu apoio à Ucrânia, que não faz, por agora, parte da organização, é uma ameaça para a Rússia. Os Estados Unidos e os aliados europeus continuam comprometidos com a defesa da soberania e da democracia ucraniana.

Mas as opções de Biden são limitadas. O Presidente norte-americano não deseja enviar tropas dos Estados Unidos para travar uma guerra em nome da Ucrânia. Em vez disso, Biden opta por avisar Putin sobre eventuais consequências económicas, ainda que não se conheçam detalhes das sanções económicas a aplicar à Rússia, especialistas avançam que pode passar por isolar a Rússia do sistema financeiro internacional, uma medida drástica para usar em casos extremos. No entanto, se há coisa a que Putin se habituou foi a resistir às sanções económicas e a não se deixar perturbar por elas.

Entretanto, sabe-se que o polémico Nord Stream 2, o oleoduto que transporta gás da Rússia através do Báltico para a Alemanha e para a Europa, pode ser uma das sanções. Os Estados Unidos já terão convencido a Alemanha a suspender o projecto, que tem conhecido inúmeros reveses e a que ex-presidente Trump sempre se opôs.

As autoridades norte-americanas acreditam que Putin ainda não decidiu se invadirá ou não a Ucrânia. Mas para o que der e vier há 175 mil soldados russas nas imediações da fronteira com a Ucrânia, onde, do outro lado, há também centenas de soldados ucranianos equipados e treinados pelos Estados Unidos.